Portal de Notícias do Governo de MS em 17 de Dezembro de 2023
Divulgação
Único no Brasil, zoneamento tem três mil pontos de amostragem
Balanço dos trabalhos foi apresentado pelo coordenador do programa e chefe de Pesquisas da Embrapa Solos RJ, Silvio Bhering, em reunião realizada na tarde de quinta-feira (14) com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, e o secretário executivo de Desenvolvimento Sustentável, Rogério Beretta, além de técnicos da Semadesc e da Embrapa. “O zoneamento agroecológico é um instrumento técnico da maior importância para garantir o uso correto do solo, afastar riscos de degradação ambiental, aumentar a eficiência da agricultura porque o agricultor saberá o que, quando e onde plantar. É um estudo que revela a dinâmica ambiental e serve para orientar políticas públicas e medidas visando a utilização correta dos nossos recursos naturais”, resumiu o secretário Jaime Verruck.
O zoneamento consistiu na coleta de amostras do solo de 3 mil pontos do Estado. Essas amostras foram enviadas aos laboratórios da Embrapa Solos no Rio de Janeiro e também à Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP (Universidade de São Paulo), onde se identificou as características do solo de cada ponto e a quantidade disponível de água por milímetro quadrado de solo. Com as informações coletadas foi possível mapear as zonas agroecológicas, a disponibilidade hídrica, as restrições e fragilidades ambientais e aptidão para a produção de diversas culturas, como arroz, trigo, milho, soja, aveia, girassol, amendoim, sorgo, cana-de-açúcar, entre outras que ainda estão sendo mapeadas.
Etapas
Os trabalhos se dividiram em três etapas, explicou o chefe da Embrapa Solos. Na primeira fase foram pesquisados 11 municípios da região Sudoeste, na segunda, 21 municípios do Pantanal e na terceira e última, 46 municípios abrangendo toda bacia do Paraná. A planície pantaneira ficou de fora do zoneamento porque se trata de área de preservação ambiental. Essa é uma informação que os mapas oferecem: as áreas destinadas à reservas ambientais – tanto públicas quanto particulares.
“Nós fizemos uma seleção de áreas adequadas para exploração agropecuária. Fizemos todo um delineamento amostral para os estudos de solo e a partir desses resultados analíticos, dessas interpretações, e seguindo todos os aspectos da legislação ambiental, dividimos o Estado no que a gente chama de área útil para agropecuária e área com outra destinação. Fizemos a interpretação para todas as culturas com base nas características climáticas, nas características de solos e, fundamentalmente, na questão da fragilidade ambiental dos solos do Estado. Estamos fazendo um estudo de aptidão, entre cereais oleaginosas, frutíferas e arbóreas, para cerca de 20 culturas”, disse Bhering.
O estudo revela que Mato Grosso do Sul tem cerca de 229 mil quilômetros quadrados de área considerada apta para atividades agropecuárias, o que corresponde a aproximadamente 64% da área total do Estado. Estão relacionadas aí as áreas de zona agrícola, zona de pastagem e silvicultura e zona de culturas especiais com uso de drenagem. Na porção restante estão toda planície pantaneira, zonas urbanas, zona não recomendada para agropecuária, unidades de conservação, terras indígenas, e zonas de conservação e restauração dos recursos naturais conforme determina o Código Florestal.
Bhering explicou que alguns produtos faltam ser finalizados pois dependem do cruzamento de informações ou do resultado de análises de amostras que ainda não foram liberados. Tão logo esses produtos todos que compreendem o Zoneamento Agroecológico de Mato Grosso do Sul estejam concluídos, estarão disponíveis na plataforma tecnológica do Prosolos, programa da Embrapa Solos sediado no portal do Ministério da Agricultura, com links pelos portais da Semadesc e do GovMS. E também serão disponibilizados em aplicativo que permitirá o acesso off-line das informações, o que facilitará o trabalho dos técnicos a campo.
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