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Celebrações em homenagem a Nossa Senhora do Carmo são canceladas pelo segundo ano

Leonardo Cabral em 29 de Junho de 2021

Foto: Soldado Nascimento/Arquivo

Nossa Senhora do Carmo é padroeira do Forte de Coimbra

Após o Banho de São João, mais uma festa secular - as comemorações em homenagem a Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Forte de Coimbra, distante cerca de 100 km de Corumbá - foi cancelada devido a pandemia da covid-19. O cancelamento, pelo segundo ano consecutivo, foi confirmado pelo Comando da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira (Brigada Ricardo Franco).

Em nota, o Comando informou que, "observando as determinações nas esferas Federal, Estadual e Municipal, relativas à prevenção e disseminação do novo coronavírus, as festividades culturais e as celebrações religiosas em comemoração ao dia de Nossa Senhora do Carmo foram canceladas".

O evento, programado para acontecer entre os dias 13 a 16 de julho, aconteceria no Forte de Coimbra, onde além da base militar, há uma vila de moradores civis. O Comando da Brigada esclarece também que essa medida tem por objetivo a preservação da saúde e o bem-estar da população dos municípios de Corumbá e Ladário e que "se encontra confiante na aproximação de tempos melhores".

O Forte de Coimbra é um bem cultural tombado em nível federal, cuja área de proteção abrange um raio de 500 metros a partir do centro da Fortificação, incluindo as edificações da vila civil e militar.

A santa

Milagres que teriam ocorrido durante batalhas contra espanhóis e paraguaios, em 1801 e 1864, são creditados à Santa e deram origem à devoção. Conta a história, que Nossa Senhora do Carmo livrou a guarnição militar do forte (110 homens, cinco canoas e três canhões) de um massacre no dia 17 de setembro de 1801, quando um exército espanhol (600 homens, navios e 30 canhões) tinha ordem de ocupar o lugar na disputa pelo território com Portugal. Após nove dias de batalha, os espanhóis venceram, mas bateram em retirada ao verem a imagem da santa na entrada do forte.

Desde então, a imagem passou a ser reverenciada pela população local. A segunda manifestação ocorreu durante a Guerra com o Paraguai. No dia 28 de dezembro de 1864, tropa paraguaia com 3,2 mil homens, 41 canhões, 11 navios e farta munição, cercou o forte. Os brasileiros (149 homens) resistiram até o segundo dia, quando um soldado exibiu a imagem da santa e os inimigos suspenderam o fogo, permitindo a fuga dos sobreviventes.

A mesma imagem, trazida pelo construtor e depois comandante do forte, Ricardo Franco, encontra-se na capela da vila, onde recebe as honras militares. As joias, fotos, dinheiro e condecorações junto a seu manto representam graças recebidas. Na festa do dia 16, a imagem é carregada por uma guarda real com vestimentas de gala da época do Império durante a procissão, que segue da capela para a vila militar e termina no rio Paraguai.

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