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Homem que ateou fogo em mulher diz que tinha "desavenças" com vítima

Rosana Nunes e Leonardo Cabral em 08 de Junho de 2025

Foto enviada ao Diário Corumbaense

Lourenço Xavier, preso na madrugada de sábado por policiais do Bope

Lourenço Xavier, de 54 anos, foi indiciado por feminicídio após incendiar o corpo de Eliana Guanes, de 59 anos, na tarde de sexta-feira (06). Ambos trabalhavam em uma fazenda, no Pantanal da Nhecolândia, em região de difícil acesso e distante cerca de 200 km de Corumbá. 

O homem jogou gasolina na mulher e ateou fogo. Eliana sofreu queimaduras de 2° e 3° graus e teve 90% da superfície corporal atingida. Equipes do Grupamento de Operações Aéreas e Unidade de Resgate e Suporte Avançado do Corpo de Bombeiros Militar de Campo Grande, realizaram o transporte da vítima em um avião. Ela chegou à Santa Casa de Campo Grande sem sinais vitais, tendo a morte confirmada às 23h30 da sexta-feira.

Lourenço fugiu após o crime, mas foi localizado e preso por policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, na madrugada de sábado (07), e levado para a 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá. 

As primeiras informações e áudios obtidos pela investigação, relataram que o homem teria proposto um relacionamento amoroso e Eliana recusou. Por isso, ele teria se vingado. No entanto, ao delegado Jean Castro, Lourenço disse que tinha "desavenças" com a vítima. "O autor, ao ser ouvido, alegou que existia conflito, que a vítima falava mal dele e que tudo foi repentino", disse.

Uma testemunha afirmou aos policiais que Eliana estava sentada quando foi atacada. "O autor chegou por trás e jogou combustível sobre ela. A vítima teria saído correndo e foi perseguida. A testemunha falou que até tentou segurar o autor por meio do seu cinto, só que ele acabou se desvencilhando, alcançou a vítima e ateou fogo nela", completou o delegado. 

Lourenço Xavier foi autuado por crime de feminicídio, caracterizado pelo "menosprezo ao gênero da mulher, à condição de mulher". A pena de reclusão é de 20 a 40 anos. Ele passou por audiência de custódia no domingo (08) e vai continuar preso preventivamente. O homem tem passagens criminais por furto, ameaça e violência doméstica.

Vítima era viúva

À reportagem do portal Campo Grande News, o filho de Eliana Guanes, que pediu para não ser identificado, disse que a mãe era viúva há 17 anos. "Desde que meu pai faleceu, ela nunca mais teve relacionamento nenhum”, falou enquanto liberava o corpo da mãe, no Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada), em Campo Grande.  

Ele relembrou que já havia alertado Eliana sobre os riscos de continuar trabalhando na fazenda. “Eu sempre falava: não volta, não volta. Toda vez ela tinha desavença, de peão ficar bêbado e dar em cima", disse o filho, de 29 anos. 

Emocionado, afirmou que a mãe era tudo o que lhe restava. “Meu irmão faleceu há três anos por causa natural. Era só eu e minha mãe, único laço de sangue que me restava. Agora que ela se foi, eu não tenho praticamente ninguém”, lamentou.

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