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Após quase dois anos, Bolívia volta a registrar morte por arenavírus

Leonardo Cabral em 15 de Abril de 2021

Reprodução

Roedores encontrados em área de selva, transmitem o arenavírus

Após casos em 2019 no norte do departamento de La Paz, um homem de 35 anos, que trabalhava como motorista, morreu nesta semana depois de contrair febre hemorrágica causada pelo arenavírus, transmitido pelo contato com os excrementos do calomys callosus, um patógeno zoonótico transmitido por roedor silvestre.

O chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica de La Paz, Guido Chuquimia, informou que o paciente contraiu a doença no município de Palos Blancos, quando entrou na selva para realizar colheita de arroz. Depois de se sentir mal, o homem foi tratado em um centro de saúde, mas não resistiu.

Guido disse que foi retirada uma amostra do paciente, que depois de analisada no Cenetrop, foi confirmou que se tratava de arenavírus. Além disso, acrescentou que outros casos suspeitos foram apresentados na zona norte de La Paz, onde está sendo realizado acompanhamento epidemiológico.

“Estamos em um momento em que os habitantes dessas áreas estão colhendo arroz e entram na selva, é lá onde entram em contato com as fezes e urina desses roedores, que causam a doença”, explicou.

A autoridade sanitária lembrou que a última vez que houve registro de casos de febre hemorrágica por arenavírus foi em 2019, no município de Caranavi, onde morreram três pessoas. Em 2004, também foram detectadas infecções em Cochabamba.

Além disso, em Teoponte, na região de La Paz, um cidadão asiático foi infectado com febre amarela e trabalhava em uma cooperativa de mineração. “O estrangeiro foi para o hospital Caranavi, onde a doença foi detectada. Depois todo o pessoal de saúde foi vacinado e o caso  controlado, mas os contactados estão sendo acompanhados”, explicou.

A doença e fronteira

Os antecedentes desta doença datam de 1959 a 1963, quando foi relatado que o vírus foi encontrado nos municípios de Magdalena, Baures e Huacaraje (província de Iténez), Puerto Siles, San Joaquín e San Ramón (Mamoré), de Beni.

A presença, há mais de dez anos, é do vírus Machupo I, transmitido pelo camundongo Calomys Callosus. Também é chamado de vírus Chapare, porque são os mesmos roedores, mas com outras características de aparência, responsáveis por transmitir.

Devido ao reaparecimento do arenavírus nas regiões montanhosas da Bolívia e por Corumbá estar situada em área de fronteira com cidades bolivianas, é necessário que haja uma atenção maior, principalmente de pessoas que estejam com viagens marcadas ou já estiveram nessa  região do país vizinho.

Infecções por vírus da família arenavírus são raras e produzem um quadro febril com sangramento, geralmente com evolução rápida e grave, podendo levar a óbito de sete a dez dias após o aparecimento dos sintomas.

Contudo, não há motivo para qualquer alarme, porque a transmissão não se dá pelo ar (como na gripe), ela ocorre por contato com secreções - urina, fezes, vômito e saliva - do doente ou de roedores.

Com informações do jornal El Deber. 

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