Leonardo Cabral em 15 de Outubro de 2020
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Operação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira com sequestro de bens e apreensão de veículos
Em entrevista ao Diário Corumbaense, o delegado da PF, Wesley Amato, responsável pela operação, disse que essas 101 pessoas eram servidores públicos que faziam empréstimos bancários em seus nomes com desconto em folha, a mando dos líderes da organização, que foram investigados durante a Operação Cornucópia I.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense Delegado Wesley Amato, confirmou que 101 pessoas foram indiciadas
Além disso, afirmou que os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas casas de pessoas apontadas como “líderes dessa organização”.
“Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, sendo um em Campo Grande e seis em Corumbá, totalizando nove pessoas, porém, dos investigados diretamente nessa edição, dois deles fizeram colaboração premiada e dois são apontados também como os responsáveis em causar mais danos ao erário público”, afirmou.
Foto enviada ao Diário Corumbaense Dois dos seis carros aprendidos pela PF durante a Operação Cornucópia II
O esquema
Segundo a Polícia Federal, o esquema consistia no aumento ilegal da folha de pagamento de servidores cooptados pelo grupo com consequente aumento na margem para contratação de empréstimos consignados.
Os empréstimos eram aprovados e, posteriormente, os valores eram sacados na rede bancária e repassados à cúpula da organização, gerando prejuízo aos cofres públicos. A equipe de investigação apurou que o montante obtido ilegalmente foi de R$ 60.608.424,58 e que o esquema começou a ruir a partir da mudança da administração em 2013, quando as gratificações foram cessadas e os próprios servidores cooptados passaram a ficar devedores porque todo o salário estava sendo comprometido com as parcelas dos empréstimos. Os alvos responderão pelos crimes de peculato e associação criminosa.
O nome da operação, Cornucópia, é o símbolo da abundância na mitologia grega e faz alusão à riqueza supostamente obtida pelos envolvidos, além da abundância de recursos públicos disponibilizados de forma ilícita.
Prefeitura se pronuncia
Em nota, a Prefeitura de Corumbá reforçou que não é alvo da operação deflagrada nesta quinta-feira, pois os possíveis ilícitos ocorreram bem antes da atual gestão. "O Executivo municipal reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência, a justiça e o respeito ao erário público e está à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que faça prevalecer a verdade", completa a nota. (matéria editada para atualização de informação)
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