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Com a abertura da fronteira, movimento de bolivianos é intenso no comércio de Corumbá

Leonardo Cabral em 11 de Setembro de 2020

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Família de bolivianos deixando supermercado após as compras

Carros cheios de compras, boa parte de mantimentos e roupas. É assim a movimentação de bolivianos, que vivem nas cidades de Puerto Suárez e Puerto Quijarro, nos supermercados e lojas do Centro de Corumbá.

Esse movimento foi retomado no sábado, 05 de setembro, quando houve a abertura da linha internacional fronteiriça que delimita Corumbá com as cidades bolivianas, que estava fechada devido ao combate do novo coronavírus. A abertura é respaldada por um “acordo de reciprocidade” entre cidades gêmeas que fazem fronteira, autorizando os moradores desses municípios a cruzarem de um país para o outro.

Boa parte dos bolivianos alega que, com a alta do dólar, o câmbio entre as moedas é propício para as compras em Corumbá. A qualidade dos produtos e marcas de mercadorias  são atrativos.  “Quando soube da abertura da fronteira, resolvi vir até Corumbá, fazer compras de roupas. Estou levando calças e camisetas, que por sinal, são de boa qualidade e preço bem em conta. O dólar está favorável à moeda boliviana e, por conta disso, é muito mais econômico adquirir produtos em Corumbá”, disse Daniel Escalera.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Daniel Escalera disse que com alta do dólar, compensa fazer compras em Corumbá

Judith Margareth Suarez falou ao Diário Corumbaense que veio a Corumbá para comprar não apenas roupas, mas também alimentos e produtos de limpeza. “Hoje vim comprar algumas calças e shorts. É uma diferença muito alta nos preços e isso é atrativo. Mas, desde que abriu a fronteira, já tinha vindo até Corumbá, para comprar arroz, feijão, óleo e até mesmo produtos de limpeza, como detergente, sabão em barra e em pó, água sanitária, enfim, compras para suprir a necessidade da família. Agora estou comprando roupas”, disse Judith mencionando que se tivesse que comprar na Bolívia os mesmos produtos, gastaria quase o dobro. “Aqui economizo a metade dos gastos que teria com as mesmas mercadorias caso fosse comprar lá na Bolívia”, completou.

Comerciantes apostam em facilidades para atrair clientela

Para alavancar as vendas, alguns comerciantes buscam facilitar para os clientes, sejam corumbaenses, ladarenses ou bolivianos. Mohamad Gharib, que tem uma loja de roupas na rua Frei Mariano, contou que, além do dólar, está aceitando também a moeda da Bolívia.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Comerciante disse que de sábado para cá, movimento melhorou muito com a volta dos consumidores bolivianos

Com um aviso em espanhol na frente da loja, ele consegue atrair os bolivianos e, pouco a pouco, recuperar as vendas, que durante esses cinco meses, ficaram praticamente paradas devido à pandemia do coronavírus.

“Praticamente ficamos no zero. Hoje, no cenário atual que vivemos devido à economia, a fronteira da Bolívia é praticamente 90% do movimento do comércio de Corumbá. Estamos com problema da pandemia, mas se as autoridades controlarem de um lado e do outro, conseguimos seguir. Trabalhamos janeiro, fevereiro e março. Os meses de abril a agosto ficamos no zero. Nesses meses parados tive um movimento só de 10% nas vendas. Agora, desde sábado deu uma melhorada, senti que deu uma reagida, começamos a trabalhar. Melhorou entre 50% a 60% o movimento. Isso falo pela minha loja, agora sabemos que os supermercados também estão lotados e boa parte dos clientes são os bolivianos”, falou o comerciante. 

Fluxo da fronteira

Com o grande movimento de bolivianos, o fluxo beneficia as duas comunidades. Corumbá sobre aspectos de ingresso de recursos que estava interrompido e a Bolívia, fatores que oferecem diversidade de produto. É o que explicou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Corumbá, Otávio Philbois.

“Evidentemente que a decisão tomada da abertura de fronteira envolve além dessa questão econômica. Certamente, foi analisada pelos poderes públicos a questão sanitária, pois isso nos preocupa. É muito importante que haja uma conciliação de interesses entre o fluxo de fronteira e que não traga prejuízos à questão da pandemia”, avaliou Philbois.

“Sem dúvida que isso traz benefício, impacto positivo e ajuda a recomposição de empregos, desde que o poder público tenha a devida cautela. Pelo cenário atual, com o câmbio fica muito favorável aos bolivianos comprarem do lado de cá”, pontuou o empresário acreditando que a tendência é de crescimento. “Crescer, não deixando a prevenção e combate ao vírus de lado”, alertou.

Reforçando que a fronteira não está aberta para todos, apenas moradores das cidades fronteiriças podem cruzar os territórios que delimitam a área de cada nação. 

Comentários:

Daniel lima: O supermercado de maior porte da cidade estava lotado ontem, passei em 3, lotados, pra mim é preocupante já que estamos numa pandemia. A abertura das escolas é menos importante que um comércio cheio de consumidores? Volta as aulas presenciais já!!!

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