Da Redação com Ascom Iphan em 08 de Julho de 2020
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense Forte de Coimbra foi o primeiro a ser erguido a partir de uma ordem da Coroa Portuguesa
Os projetos arquitetônico, de intervenção e complementares são destinados a ações preventivas visando manter o bom funcionamento e cuidados com o bem cultural administrado pelo Exército Brasileiro, que participa das discussões desse trabalho técnico. Também está previsto uma melhor readequação dos espaços internos e do uso do Forte para visitações, assim como trabalhos na rede de reservatórios de água e nas instalações elétricas. Com previsão de que todo o projeto seja entregue em dez meses, a intenção do Iphan-MS é fornecer os elementos necessários para a realização de futuras obras no Forte.
Esse bem cultural, cenário de diversas batalhas entre portugueses e espanhóis, possui ainda grande valor paisagístico, destacado pela relação entre a construção e a paisagem pantaneira. Toda sua peculiaridade fez com que esta edificação militar do final do século XVIII integrasse o conjunto de fortes brasileiros candidatos a Patrimônio Mundial. Contudo, o reconhecimento nacional veio ainda em 1974, quando foi o primeiro forte a ser tombado pelo Iphan no território de Mato Grosso do Sul. Todos os anos, em 16 de julho, acontece a tradicional festa da Nossa Senhora do Carmo, padroeira da edificação, integrando história e devoção em um só lugar. Porém este ano, a celebração foi cancelada como medida de contenção à pandemia do coronavírus.
Candidatura a Patrimônio Mundial
Em 2016, o Iphan apresentou à Unesco a candidatura do Conjunto de Fortificações do Brasil a título de Patrimônio Mundial. São 19 edificações, fortes e fortificações construídas entre os séculos XVI e XIX. Localizadas em todas as regiões do país, testemunharam o histórico esforço para a ocupação, defesa e integração do território nacional. Dentre eles, está o Forte de Coimbra.
Implantadas pelos europeus no Brasil, as fortificações tiveram suas origens em um processo de ocupação do território de modo particular, diferenciado das outras potências coloniais. Baseava-se em um esforço descentralizado, oriundo de ações dos próprios moradores das diferentes capitanias que formariam o Brasil, sem uma maior intervenção da metrópole. Isso resultou na construção de centenas de fortificações, espalhadas por todo o território nacional, edificadas para atender mais a interesses locais que os da metrópole. O conjunto representa as construções defensivas implantadas no território nacional, nos pontos que serviram para definir as fronteiras marítimas e fluviais do país.
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense
Forte pertence ao Exército e é mantido pela 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira
O Forte de Coimbra
O Forte de Coimbra foi o primeiro a ser erguido a partir de uma ordem da Coroa Portuguesa para a construção de fortificações militares em alguns pontos do rio Paraguai, a partir de 1775. Durante a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), teve papel importante nas batalhas travadas, sendo fundamental para a consolidação da fronteira oeste do Brasil.
O Forte pertence ao Exército Brasileiro e é mantido pela 3ª Companhia de Fronteira, unidade militar da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira/Comando Militar do Oeste. Trata-se de um representante da arquitetura militar portuguesa do século XVIII nos sertões ocidentais brasileiros. Além disso, é um testemunho da ocupação do território nacional no período de guerras e indefinições.Sucessivamente atacado por guaicurus no final do século XVIII, por espanhóis em 1801 e por paraguaios em 1864, o Forte de Coimbra passou por diversas recomposições e adaptações, até uma última reforma pelo Exército em 1908. Hoje, em terras oficialmente brasileiras e mantido pelos militares, suas muralhas são um testemunho daquele período da história. O Forte tem como atrações a visita à parte alta da construção, de onde se observa o rio Paraguai ao lado de antigos canhões, além do passeio à vila de moradores e à gruta Buraco do Suturno.
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