Por Victor Raphael (*) em 28 de Fevereiro de 2020
Porém, surgia, junto com a explosão das escolas de samba do cenário nacional, o Cisne da Passarela. Vilma, então na sua escola de coração, a Portela, apresentou um bailado leve, com graciosidade, como se flutuasse pela avenida, mesmo carregando um peso enorme da fantasia que a sua função exigia. Bandeira desfraldada, esticada no ar como se o vento a segurasse caprichosamente ao seu rodopio.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense
Valessa e Edelton durante apresentação no carnaval deste ano
Hoje, o casal está na Unidos da Vila Mamona, outra bandeira tradicional da nossa cidade, mas o encanto continua o mesmo. Eles levaram o Esplendor do Samba, cada qual em sua função, e no dia do desfile, todos os atributos que encantam uma plateia ali estavam. A garra ao empunhar o pavilhão, a simpatia, o carisma e a sintonia perfeita entre a flor e o beija-flor.
Há de se assinalar a ironia que é o carnaval e o desfile das escolas de samba: mesmo sendo a festa da emoção, seu julgamento se dá de forma fria. E não é a intenção falar dele. A intenção é falar exatamente do oposto. Das sensações que a folia desperta. E a comoção que gera. E os personagens que são criados dentro dela.
Temos na história do carnaval corumbaense, excelentes e históricas mulheres que prestaram serviços às bandeiras das escolas de samba.
Mais uma escreveu ao longo desses três anos o seu nome nela.
E continuará a escrever.
Parabéns, Valessa!
(*) Victor Raphael é compositor e diretor da Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá.