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Com alta do quilo da carne, pesquisa de preços ainda é o melhor caminho para o consumidor

Leonardo Cabral em 27 de Novembro de 2019

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Consumidores tentam dar "um jeito" para comprar a carne em Corumbá

A lei da oferta e da procura é uma das razões para o brasileiro pagar mais caro pela carne bovina nas últimas semanas. Em Corumbá, os consumidores sentiram no bolso a alta nos preços, mesmo a cidade liderando o ranking nacional de município com maior número de bovinos, com 1.927.002 cabeças de gado.

A justificativa para a disparada no preço da carne, conforme especialistas, é que os produtores brasileiros estão exportando mais carne, sobretudo para a China, deixando o mercado interno com abastecimento reduzido, ou seja, como há menos produto disponível, o preço sobe. Outro fator que faz com que os preços subam é a chegada das festas do fim de ano, quando a procura pela carne aumenta ainda mais.

O consultor de empresas, Aldo Barrigosse, explicou que nesta época do ano, há uma diminuição natural da oferta de carne bovina. “Isso é ocasionado pela estiagem/seca. Menor oferta de carne, sempre eleva o preço. Lei da oferta menor, ocorrendo aumento de preço. Em 2019, temos esses fatores normais do período e mais o aumento da demanda internacional, puxada pela voracidade do mercado chinês”, disse ao Diário Corumbaense.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Estiagem/seca, lei da oferta e procura e exportação são apontadas como principais fatores para o aumento dos preços

Ele ainda ressalta que a tendência é de os preços ainda se manterem em alta, mas lembra que existem outras opções. “A saída é buscar consumir outras proteínas e o consumidor deve pesquisar os preços nos mais diversos locais de vendas porque a variação é grande”, alertou.

Sem dúvida a  pesquisa ainda é a melhor saída. Em Corumbá, em um estabelecimento comercial de venda de carnes, os preços subiram acima de R$ 10,00 em alguns cortes bovinos. O consumidor que antes pagava R$ 21,99 pelo quilo do contra filé, hoje encontra o mesmo pedaço a R$ 32,99. A ponta de fraldinha, antes comercializada pelo valor de R$ 18,99, atualmente é vendida por R$ 28,99. A fraldinha encontrada antes a R$ 15,99, agora está sendo vendida por R$ 23,99. A carne moída, antes ofertada pelo preço de R$ 11,90 está custando R$ 19,99 o quilo. 

“Num dia compramos num valor e no outro veio esse aumento na carne bovina. Realmente pegou todos de surpresa e quem acaba sentido é o consumidor. Mas tentamos repassar um preço que possa caber no bolso dos consumidores, já que a tendência até o Natal, é registrar ainda mais o acréscimo no preço do quilo da carne”, falou a supervisora de vendas Idalice Dias Pereira.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Daniel Selasco disse que alternativa é trocar a carne pelo frango e ovos

Já no açougue de atacado, na parte alta da cidade, os preços também tiveram acréscimo. O contra filé antes vendido a R$ 22,90 hoje é comercializado a R$  24,90. A fraldinha antes custava R$ 11,95 e agora aparece a R$ 16,49 o quilo. A carne moída, antes custava R$ 13,99 e agora sai a R$ 19,99.

O consumidor Daniel Selasco de Souza disse a este Diário que o jeito é pesquisar os preços antes de levar o produto para casa. “Todos os dias compro carne, mas antes procuro saber os preços, pois de umas semanas pra cá, senti no bolso esse aumento que a carne teve. Ainda estou comprando, mas se subir muito e fugir do orçamento, o jeito é partir para o frango, peixe e até mesmo o ovo. A gente sempre tem que dar um jeito”, mencionou.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Jennyclaudia come de marmita, mas aos domingos, desde o aumento nos preços, não gasta menos que R$ 50,00 em carne

Jennyclaudia Fernanda Souza Campos disse que apesar de a família comer de marmita, a alta refletiu no orçamento. “Na minha casa comemos de marmita, foi uma solução que encontramos para  economizar. Mas, no domingo, acabo tendo que gastar no mercado, só de carne não pago menos que R$ 50,00, o que vai bem além do programado, pois é um dia em que estamos com a família e dá vontade de comer uma comida diferenciada” disse.

Já dona Perciliana Pereira da Silva, disse que o preço está “pesado”, mas que dá um  jeito de levar a carne para casa. “A carne é essencial, mesmo sabendo que podemos contar com outros produtos, como verduras, ovos, frango. Fazer uma mistura de verduras com um pedacinho de carne já é suficiente. Com os preços lá em cima, o jeito é economizar em outros produtos, levando apenas o essencial”, afirmou.

Ministra diz que euforia não deve continuar

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou esta semana que a euforia no mercado do boi gordo não deve continuar. Sobre o aumento do preço da arroba do animal no Brasil, ela explicou ao Canal Rural, que se trata de um momento de equilíbrio da cadeia produtiva, que está exportando mais, e que os preços irão se normalizar em breve.

“A cadeia vive um momento de euforia, mas já, já esse mercado vai se equilibrar. Os preços não serão os mesmos praticados há dois meses, mas, com certeza, essa euforia não continua. É um momento de ajuste da carne brasileira”, disse.

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