Leonardo Cabral em 26 de Novembro de 2019
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Encenação de teatro abriu espaço para discutir a dependência química
A diretora do Colégio, Terezinha Baruki, disse ao Diário Corumbaense, que vê o fórum como uma vitrine de aprendizado para os estudantes e o classifica como evento científico, pois possibilita uma troca de experiência entre os alunos.
“Os alunos escolhem o tema que eles querem debater. Desde o começo do ano, os professores elencam os temas relacionados ao Pantanal, a nossa riqueza e a gente expõe esses temas para os alunos do 6° ao 9° anos e ensino médio. Fazemos reuniões quinzenais durante o ano, os alunos vão para a sala dos assuntos que estão estudando, ocasionando a integração, ampliando o universo de conhecimento e troca de experiência. Nesses encontros quinzenais, eles fazem aula de campo também e, recebem e convidam palestrantes para enriquecer a sua informação. São momentos importantes, pois as crianças e jovens têm a oportunidade de conhecer mais gente e absorver e aprender mais assuntos totalmente relevantes”, explicou Terezinha.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Diretora Terezinha Baruki disse que evento é de extrema importância para os alunos
Trabalhos
Entre os assuntos abordados, os alunos do ensino médio, escolheram um tema considerado pouco discutido, mas que infelizmente vem aumentando no que se refere a vítimas, o suicídio. Em todo o mundo, entre os jovens, a morte por suicídio já é mais frequente que por HIV. Entre idosos, assim como entre pessoas de meia idade, os índices também avançam e assustam cada vez mais.
Falar sobre o suicídio, para a aluna Bruna Alessandra Esquer de Aquino, foi uma aprendizagem. Conforme ela, nas pesquisas o que chamou a atenção são pessoas na faixa etária entre 15 a 35 anos, que tiram a própria vida, muitas vezes por causa da depressão.
“Tiro de tudo isso que muitos pensam que o suicídio é frescura. Não é assim, é necessário termos empatia pelo próximo e o tema me deu a possibilidade, assim, como para meus colegas, de pesquisar ainda mais sobre o suicídio, prática que vem aumentando, ainda mais entre jovens. A faixa etária me chama muita a atenção, pois estamos encaixados nessa etapa e temos que sempre estar atentos a isso, para que as estatísticas não cresçam", falou Alessandra.
A colega de escola, Emille Assis Freitas, também do 2° ano do ensino médio, frisou o assunto como relevante. Segundo ela, nesses momentos, um abraço ou gesto de atenção podem salvar uma vida. “Os jovens são os que mais cometem o suicídio. Temos que dar assistência e não julgar e ofender, ou seja, escutar o que a pessoa quer falar. Como disse, um abraço pode salvar uma vida”, salientou.
Dependência Química também foi outro tema abordado. Nele, os jovens puderam ter uma troca de experiência e vivenciar de perto, atitudes que são porta de entrada para o vício, seja ele de drogas ou do álcool. “Nosso projeto visa o grande número de pessoas que ficam dependentes de determinadas drogas, tanto ilícita como não ilícita. Fizemos aulas de campo para mostrar para os estudantes como é o tratamento, reforçar que a dependência química é uma doença, mas infelizmente tentamos ignorar, sendo que em nossa cidade o número de pessoas em dependência química é muito alto”, explicou o professor Francisco Carlos Ignácio.
Uma peça de teatro encenada pelos estudantes levou para o público o maleficio que as drogas trazem junto com o prazer momentâneo, alertando-os que muitas vezes, o primeiro passo para o uso de entorpecentes pode ser dado em eventos festivos e até mesmo por pessoas que estão próximas.
“O assunto é muito interessante e é algo que a gente trata o que acontece no dia a dia, aqui, por exemplo, abordamos que o início disso, que pode se tornar um ciclo vicioso, começa numa festa que retrata onde possivelmente ou maioria das vezes os convites acontecem. Por isso é sempre bom estarmos espertos e cientes do que é o errado e o certo”, falou Maria Eduarda Vicente Cestari, do 9° ano do ensino fundamental.
A estudante, Lúcia Flores Teixeira Feitoza, afirmou que com os assuntos, eles acabam sendo multiplicadores de informações para evitar consequências negativas, como por exemplo, no caso da dependência química.
“É um tema considerado pesado, mas é de extrema importância ser debatido. Se quisermos acabar ou prevenir é necessário debatê-los. É fundamental alertar as pessoas, muita gente é atraída por curiosidade. Nós, através desses temas, conseguimos ser multiplicadores dessas informações que, querendo ou não, podem salvar vidas”, comentou Lúcia.
Com um tema voltado totalmente para o Meio Ambiente, a aluna Rebeca de Arruda Iunes Salominy, reforçou a importância da preservação para o meio em que a população vive por meio do tema “Aquecimento Global, enchentes e enxurradas”.
“A mudança climática não está sendo causada por efeitos naturais, mas, sim, pela ação do homem. Como exemplo disso, tivemos as queimadas intensas no Pantanal, que geraram inúmeros problemas, desde econômico até ambiental, com áreas devastadas pelo fogo. E para driblar tudo isso, é necessário que tenhamos união e principalmente conscientização da nossa população na preservação, pois gerações futuras serão afetadas por esses danos causados pelas atitudes do homem”, alertou Rebeca.
Nesta terça-feira, 26 de novembro, ainda acontecem palestras e mesas redondas sobre vários temas. Este ano, o 18° Fórum Infantojuvenil do Pantanal, também abordou os temas: Patrimônio Histórico do Município de Corumbá; Peixes e Jacarés - qual a diferença de criados no rio e nos cativeiros; Flora Pantaneira e Coleta Seletiva de Lixo.
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