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FASP levará atividades por toda a região e quer gerar “Carta à América do Sul”

Lívia Gaertner em 18 de Maio de 2018

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Estrutura começou a ser montada essa semana na avenida General Rondon, um dos pontos do evento

O 14ª FASP – Festival América do Sul Pantanal – vem com a proposta de envolver toda Corumbá em suas dezenas de atividades e para isso divulgou uma programação que, mantém pontos já importantes dentro do evento, a exemplo do Pavilhão dos Países na avenida General Rondon e do Palco Integração, na praça Generoso Ponce, onde acontecem grandes shows musicais, mas também chegará com cinema, teatro, circo, dança e demais manifestações culturais até bairros da cidade como Jardim dos Estados, Cristo Redentor, Dom Bosco, Centro América e comunidades remanescentes de quilombos, sem esquecer a vizinha Ladário, e no lado boliviano, as cidades fronteiriças, Puerto Quijarro e Puerto Suaréz.

“A gente construiu um Festival que tem cidadania e cultura sem fronteiras que significa que, apesar de nossa limitação geográfica, não podemos ter limitação humana, então precisamos ultrapassar esses limites de forma cultural para que possamos ter essa convivência pacífica. O Festival resgata as manifestações rupestres de 2 mil anos, das Rotas das Monções, a questão indígena, da Guerra da Tríplice Aliança, então, todos esses elementos devem ser galvanizados nessa construção. O elemento de aglutinação é a Cidadania Cultural com três valores, sendo o primeiro, o respeito, depois a democracia, e o terceiro, a paz”, disse, em entrevista ao Diário Corumbaense, o secretário de Cultura e Cidadania de Mato Grosso do Sul, Athayde Nery.

No coração da América do Sul

Dentro do viés democrático, o Governo do Estado ouviu diversos segmentos da sociedade local acerca do evento que é considerado um dos mais importantes da região. Desde então, equipes vieram trabalhando as demandas, inclusive com visitas a instituições e espaços que pudessem receber atividades de forma a disseminar não apenas o entretenimento, mas também a reflexão sobre a identidade sul-americana.

“Na construção dos 40 anos, a gente queria criar essa imagem de Mato Grosso do Sul ser o coração do Brasil e, no Festival, queremos transformar Mato Grosso do Sul e Corumbá no coração da América do Sul. Dentro dessa linha é preciso que o Festival resgate essa visão que estamos mais voltados para o Pacífico do que para o Atlântico, nossas influências e matrizes culturais indígenas, portuguesas, espanholas, os afrodescendentes, asiáticos, europeus que se conjugam nesse processo”, avaliou Athayde ao destacar que o desenvolvimento tão buscado por todas as nações extrapola a esfera econômica, direcionando-se também ao humano.

Secretário Athayde Nery diz que intenção é colocar o FASP no calendário de atividades culturais do Mercosul

Para provar que isso é possível e muito eficaz, o secretário citou a presença de Jorge Melguizo, ex-secretário de Cultura e de Desenvolvimento Social de Medellín, cidade colombiana, que falará justamente como a cultura foi primordial para vencer a violência.

“A gente tem que cultuar a paz e para isso temos o tempo todo antagonizar dizer que temos que viver de forma pacífica. Num momento de crise política e econômica que estamos vivendo, o governador Reinaldo teve essa postura de não deixar de acreditar que um festival como esse pode nos ajudar a atravessar um momento tão difícil que o país vive”, declarou.

Nery ainda pontuou o envolvimento das escolas das cidades anfitriãs com o concurso “Soy Loco por Ti, America” que parte da premissa do registro de aspectos locais para alcançar a dimensão global. Assim, também foi pensada a programação que, em mais de 60% das suas atrações, evidenciará artistas locais.

“Mostrar para o mundo inteiro que fazemos arte, fazemos cultura e queremos dialogar e mostrar para o mundo o Pantanal, nossas riquezas e belezas, mas, principalmente, nosso povo, as pessoas que constroem isso”, explicou.

Ainda conforme Athayde Nery, o FASP tem papel importante dentro de diálogos que permeiam o ser humano em sua plenitude, uma vez que, pela cultura, pela arte, pode tocar e fazer refletir sobre a sociedade que vivemos.

“A gente quer fazer uma Carta à América do Sul sobre essa questão cultural, criar uma agenda que o FASP, em sua décima quarta edição, entre num calendário das atividades culturais do Mercosul. Que não se limite às questões econômicas, mas tenha esse pacto cultural que atinge de maneira muito mais contundente as nossas similaridades. Fazer com que todos se divirtam, mas saiam com uma reflexão acerca desse momento que a gente vive de diálogo e necessidade de respeitar o outro dentro desse tripé: respeito, democracia e paz”, concluiu.

Galeria: Estrutura Festival

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