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Abandonar ou lutar pelo o que é seu de fato e de direito?

Da Redação em 20 de Abril de 2018

É triste quando se ouve alguém falar que vai embora, que vai viver em outro lugar porque aqui não dá mais. Não que as pessoas não tenham direito de reclamar, de achar que não está bom, ou que poderia estar melhor, mas em alguns casos, paira o exagero ou o exagerado negativismo, coisa que não faz bem, não agrega e nem ajuda a resolver os problemas. 

Muitos que se foram voltaram, acharam que, apesar dos pesares, Corumbá é melhor. E é mesmo. Cidade pacata, com um dos menores índices de violência do Estado apesar de estar na fronteira. Cidade hospitaleira, de belezas ímpares. Cidade da gente, onde nascemos, vivemos e conhecemos tudo e todos. Cidade onde não se passa aperto, onde o vizinho cumprimenta, onde se reúne para a roda de samba ou ainda se pode emprestar um copo de açúcar ou de café, ou comprar fiado na vendinha da esquina. 

Só quem conhece outros lugares sabe o valor que Corumbá tem. O valor que o povo daqui tem. A facilidade de trânsito, no vai e volta daqui pra ali em um instantinho só. O calor que não vem só do sol, mas da pessoa humana. A gente cruza com o gerente do banco nas ruas, com aquele velho amigo, com as autoridades, fala com todo mundo e todo mundo fala com a gente. 
Talvez o que Corumbá esteja precisando mesmo é de mais união, não só na hora de torcer para o Corumbaense ou para desfilar na escola de samba. Tem que ter essa fervorosidade no dia a dia, lutar pelo que é nosso e pela melhoria do que temos. Estar junto não significa pactuar das mesmas ideias ou dos mesmos ideais, não precisa ser do mesmo partido ou torcer pelo mesmo time. Estar junto significa discutir ideias, praticar a democracia, dar opinião, propor, cobrar. 

Enquanto muitos aqui criticam a cidade e dizem que vão se mudar, o povo lá de fora arregala os olhos para a nossa Cidade Branca, elogia a nossa ecologia, o nosso rio Paraguai, a nossa culinária e suspira com o nosso pôr do sol. Enquanto tem gente querendo ir, tem gente querendo vir e, muitos que vieram, nunca mais foram embora e nem querem ir. 

Faltam vagas no mercado de trabalho? No Brasil inteiro estão faltando. Mas sobram vagas nos cursos de capacitação, e de graça. E aí, faltam alunos, faltam aqueles que vislumbram um futuro melhor e se empenhem em estudar, em aprender, em ter um diploma para melhorar a classificação na busca por trabalho. Turmas se montam, seja nas escolas, nos cursos profissionalizantes ou até mesmo na faculdade e, infelizmente, poucos se formam, em alguns casos, menos de 10%. E olha que na maioria das vezes o educandário é bem ali e dá para ir à pé. 

Então é a cidade que está ruim, que não dá mais para viver nela? Talvez sim, talvez não. O povo tem que tirar essa força de dentro do peito, essa coisa boa e especial que só o corumbaense tem. É hora de dar a volta por cima, de trazer de volta o que se foi, de lutar para que venha ainda mais. Mas uma coisa é certa, e muito certa, enquanto o corumbaense não fizer jus ao bairrista que diz ser, enquanto não transformar isso em ações, enquanto as correntes não se unirem, os elos não vão se fortalecer. 

Por isso mesmo, a partir de agora use a hashtag soucorumbaense  em seus atos e ações, não somente naquele #soucorumbaense das redes sociais. Somos todos corumbaenses, amigos, irmãos, cada um com sua força e com uma força monstruosa se todos estiverem juntos. Participe da associação do seu bairro, assista às sessões da Câmara de Vereadores, procure as secretarias da Prefeitura, forme um time bom e brigue por sua cidade, por essa tão querida e amada Corumbá, que como disse o poeta um dia, a “mais luzente” das estrelas atiradas por Deus à terra.