“Aulão” com foco na Redação ajuda na preparação dos candidatos para o Enem em Corumbá

A menos de uma semana para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a ansiedade toma conta dos estudantes. Para deixar os candidatos um pouco mais relaxados, após intensa rotina de estudos, um “aulão” focado na Redação, considerada o “bicho-papão” entre a maioria dos candidatos, foi realizado no sábado (26), no Anfiteatro Salomão Baruki.

A prova em geral é o grande pontapé inicial para uma carreira profissional desejada, porém, é na Redação que fica a expectativa dos candidatos, já que ela é essencial para a entrada deles na vida acadêmica.

O aulão teve a participação de cerca de dezenas de estudantes. Todos puderam conhecer ao máximo as principais maneiras e técnicas para se fazer uma boa Redação. Foi ministrado por professores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Campus Pantanal, Rosangela Villa; da Secretaria Municipal de Educação - Augusto Albuquerque; da Escola Tenir - Roosilenny Souza e do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul - Sandro Santos. Também houve intérprete de libras para surdos.

Atento às dicas, André Walison Modesto Ferreira, de 17 anos, cursa o 3° ano do ensino médio na escola Estadual Rotary Club, no bairro Cristo Redentor, disse estar confiante. "Bem legal ter a oportunidade de participar desse evento aqui, ainda mais gratuito. Estou muito confiante para a prova, saio daqui vendo que não é um ‘bicho de sete cabeças’. Fácil não vai ser, mas tenho muita confiança”, falou André que quer cursar Direito.

Também se sentindo preparado, já que teve uma rotina ao longo do ano para o Enem, Vitor Santos Deves, 17 anos, estudante da escola Tenir, aproveitou para reforçar o aprendizado durante o ano letivo. 

"No ensino médio tivemos uma preparação, dentro do sistema de ensino da minha escola. Fizemos redações ao longo desse ano e a gente sempre foi ajustando, mostrando o que estava certo ou errado, com o apoio dos nossos professores. Nesses últimos seis meses foi muito mais corrido. A estrutura a gente teve, a preparação também, mas o que precisa ter é repertório para uma redação, como vou escrever sobre o tema, e isso a gente aprende aqui também”, frisou Vitor que quer cursar Ciências Contábeis.

Enem como teste

Para ajudar a controlar a ansiedade, muitos estudantes preferem já ir ganhando experiência até o momento em que estarão, de fato, disputando uma vaga na universidade. É o caso de Ananda Vitória Moreira Balieiro, de 16 anos. Ela vai fazer a prova este ano como treineira, e, por esse motivo, resolveu participar do aulão.

“Aprender nunca é demais. Estar aqui é para ter um conhecimento a mais e básico. Redação é um divisor de águas para fazer o Enem, sem a redação não tem como decidir o seu futuro. Venho, sempre que posso, participando de outras palestras, de eventos focados no Enem. Ter a minha professora e docentes com outras visões é importante. Não é só o Enem, outros vestibulares que quero prestar também exigem esse conhecimento”, declarou ao Diário Corumbaense a estudante que ainda não decidiu qual área cursar. 

Uma boa preparação para a prova

A calma e certeza de uma boa preparação são grandes aliadas dos estudantes na hora de fazer a prova. A Redação é colocada como primeiro passo, ou seja, o primeiro item a ser feito.

Defendendo a ideia também, a professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Campus Pantanal, Rosangela Villa, disse à reportagem que durante a oficina foram oferecidas especificamente as habilidades que envolvem a prova de redação.

“Temos critérios básicos que são essenciais para uma boa redação, como a norma culta da língua, evitando gírias, abreviações e outros desvios, como se é usado na internet. O tema texto padrão é o texto dissertativo-argumentativo, não podendo ser feito outro tipo de texto. É necessária demonstração de conhecimento que envolva um ponto de vista baseado em fatos, ideias e opiniões que convençam o leitor do seu texto, daquele seu ponto de vista, da ideia defendida”, explicou a professora.

Ela ainda salientou outro critério, “que é justamente esse projeto de texto selecionando criteriosamente fatos, eventos relacionados ao tema proposto, com defesa do ponto de vista do candidato, uma competência bem avaliada; os recursos coesivos de um texto, que envolvem todo o aspecto gramatical da língua e mais a coerência dos argumentos apresentados no texto, também são itens relevantes”, pontuou.

Entre as últimas habilidades que são cobradas, encaixa-se a proposta da intervenção para a problemática discutida no tema da redação. “É preciso que o candidato coloque uma solução para aquele problema. Como ocorreu hoje, quando trabalhamos a proposta Desafios para o enfrentamento e o controle das mudanças climáticas bruscas, que assolam o país e o mundo. O aluno tem que estar atento ao tema, ligado no que acontece à sua volta; aos problemas recorrentes, preocupantes e atualizados, que afetam o globo terrestre”, mencionou sobre a proposta apresentada na oficina.

As provas

No primeiro dia de Enem, 03 de novembro, além da Redação, serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, e ciências humanas e suas tecnologias.

E no segundo dia do exame, 10 de novembro, os participantes fazem as provas de ciências da natureza e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias. Ao todo, serão 45 questões em cada área do conhecimento.

O Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, tornou-se a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni).

Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem para selecionar estudantes. Os resultados são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Os resultados individuais do Enem também podem ser aproveitados nos processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep para aceitar as notas do exame. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal. 

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