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Em busca do tri, Mocidade homenageia Almir Sater, o pantaneiro cantador da esperança

Leonardo Cabral em 06 de Fevereiro de 2024

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

No barracão da Mocidade ritmo de trabalho é intenso

Saindo de uma pegada mais afro, o Grêmio Recreativo Mocidade Independente da Nova Corumbá, entrou na linha de homenageados em 2024. Para tentar arrebatar o tricampeonato do Carnaval, a agremiação vem com enredo sobre o cantor, compositor e ator, Almir Sater.

Mais do que artista, Almir Sater é um dos grandes defensores e apaixonados pelo Pantanal. Além de defender o tri, a escola de samba também superou a vontade do carnavalesco, Edilson Oliveira, que voltou atrás, após anunciar um tempo fora da folia. 

“Realmente tinha dito que iria me afastar por um tempo, tinha feito outros planos, mas foi complicando, já estava trabalhando na Mocidade, como em outras escolas, como havia dito, que seria com meu ateliê, mas com a saída do antigo carnavalesco, fui pegando mais e mais trabalhos e, por fim, acabei assumindo a responsabilidade, me firmando mais uma vez como carnavalesco da agremiação e vamos sim, em busca do tricampeonato”, explicou Edilson ao Diário Corumbaense.

Por conta dessas mudanças no “meio do caminho”, Edilson teve que dar uma repaginada no enredo da escola, mas sem fugir da proposta, que é trazer a homenagem ao Almir Sater, pantaneiro raiz.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Depois de comunicar afastamento, Edilson retornou e coordena todo o trabalho

“Fora a empolgação estamos esse ano com carros alegóricos bem mais elaborados, maiores, fora a disposição dos destaques que querem muito o tri. Nessa homenagem a Almir Sater, vamos explorar a nossa fauna, flora, regiões pantaneiras, povos ribeirinhos, o cotidiano das pessoas que vivem no Pantanal”, disse Edilson.

De acordo com o carnavalesco, o enredo é rico, por se tratar do homenageado que tanto ama o Pantanal e pela sua “comitiva esperança”.

“Começamos desde os primeiros imigrantes de Campo Grande, pois o homenageado é nascido lá, influência da colônia paraguaia, libanesa. Almir Sater aos doze anos já tocava violão e gostava do mato e sons da natureza. Aos 20 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar Direito, mas desistiu da carreira de advogado, pois sua paixão pelo Pantanal falou mais alto. Ele é um homem que luta pela natureza, pelo Pantanal”, frisou o carnavalesco.

O homenageado

Almir Eduardo Melke Sater é um violeiro, cantor, compositor, ator e instrumentista brasileiro. Gravou seu primeiro disco solo, Estradeiro, em 1981 pela Continental. Participou de diversos shows e festivais de música e, nos anos 1990, ao aceitar convites para representar em novelas "personagens de violeiro", se tornou conhecido nacionalmente como cantor e ator. Em 2012, figurou entre os 30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Mocidade da Nova Corumbá prepara desfile de luxo e quer o tricampeonato

Seu estilo caracteriza-se pelo experimentalismo. Agrega uma sonoridade tipicamente caipira da viola de 10 cordas, também com influências das culturas fronteiriças do seu estado, como a música paraguaia e andina, ao mesmo tempo refletindo traços populares e eruditos.

Com mais de 30 anos de carreira e 10 discos solo gravados, Almir tornou-se um dos responsáveis pela preservação da viola de 10 cordas. O músico acrescentou um toque mais sofisticado ao instrumento, temperado com estilos estrangeiros como o blues, o rock e o folk, uma mistura de música folclórica, clássica e popular.

A Mocidade independente da Nova Corumbá é a segunda escola de samba a entrar na avenida no domingo (11), com o enredo: A Mocidade Apresenta Almir Sater, o Pantaneiro Cantador da Esperança.

Ficha Técnica

Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente da Nova Corumbá

Fundação: 22/06/1999

Presidente: Bosco

Cores: Verde, Vermelho e Branco

Carnavalesco: Edilson Oliveira

Enredo: A Mocidade Apresenta Almir Sater, o Pantaneiro Cantador da Esperança.

Samba-enredo: A Mocidade Apresenta Almir Sater, o Pantaneiro Cantador da Esperança.

Compositores: Leonardo Bassa, Dudu Botelho e Franco Cava

Intérpretes: Braguinha, Ivonete, Karen, Helder e Breno

Mestre de Bateria: Marcigley Santana

Número de componentes: 700

Número de alas: 20

Número de carros alegóricos: 4 + 1 tripé

Componentes da bateria: 100

Porta-bandeira: Lorrainny

Mestre-sala: Robson

Rainha da bateria: Carol Castelo

Informações: (67) 991640119

Samba-enredo

 

Na imensidão do verde pantaneiro,

Pôr do sol , um violeiro

Tanta prosa pra contar

Poeira recordações

No chão desse país

No palco das ilusões

Foi calouro e aprendiz

No verso das canções

Luar do pantanal

Estradeiro coração

Na força do instrumental


Voa linda arara,

leva pro céu a minha paixão

E como um dia sonhara        

Desce o véu da nossa emoção


Com seu "Jeito de mato"

esse talento nato

Vai dedilhando a sua história

"No rastro da lua cheia"

Toca a chalana pra aldeia

Num rio de sentimento

A força do "peão"

O amor de Ana Raio

e Zé trovão

Preservar é sua luta

Uma missão sem igual

Respeitando a vida

No coração do pantanal

Ando devagar

Porque já tive pressa

Vou tocando em frente

Junto com a nossa gente

Arrasta pé nessa festança

Abre a porteira

pra comitiva da esperança

 

Ê viola....

Pega a sanfona e me faz cantar  

Ê viola...

A Zona Sul na avenida vai brilhar

 

Almir Sater, a voz da canção

É o samba da Mocidade embalando a multidão

e esse chão é a minha raiz  

Traz o som da natureza que me faz Feliz 


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