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Imagens mostram extensão da seca em aldeia e em distrito na região do Pantanal

Silvia Frias - Campo Grande News em 19 de Setembro de 2024

Silas Ismael/WWF Brasil

Rio Paraguai, no distrito de Porto Esperança, em Corumbá

No distrito de Porto Esperança, à beira do rio Paraguai, em Corumbá, o solo ressecado e rachado evidencia os efeitos da seca prolongada que atinge Mato Grosso do Sul e ainda irá se prolongar até outubro, mantendo o nível do rio abaixo das médias históricas.

As imagens divulgadas pela WWF são do dia 12, mas ilustram o que está ocorrendo na região do Pantanal, que já teve 1,450 milhão de hectares consumidos pelas chamas.

O nível do rio também registra ritmo acelerado de queda em Mato Grosso do Sul. A situação pode ser verificada pela régua de Ladário, instalada na parte alta da bacia do rio Paraguai, monitorada pelo 6º Distrito Naval da Marinha, em que os índices estão negativos. Hoje, é de -40 centímetros.

A medição negativa se deve ao fato de a régua ser instalada próxima à margem do rio, num local onde o nível costuma ser mais baixo normalmente. 

Silas Ismael/WWF Brasil

Área da aldeia Cachoeirinha, em Aquidauana

Na Terra Indígena Cachoeirinha, em Aquidauana, a 141 quilômetros de Campo Grande, as fotos enviadas mostram o trabalho de aceiro para evitar a propagação das chamas. O sistema consiste em “abrir” faixa de terreno, sem vegetação, servindo como barreira para impedir o avanço do fogo.

Na área, também há registros de incêndios que atingiram a terra indígena.

No dia 12, quando as imagens foram feitas, o Estado tinha 296 focos de incêndio, sendo 76 em Corumbá e 20 em Aquidauana. O bioma mais atingido em MS era o Cerrado, com 117 focos, 117 no Pantanal e 61 na Mata Atlântica.

Dede o início do mês, Mato Grosso do Sul registrou 1.697 focos de incêndio, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Deste total, 341 foram detectados em Corumbá, 205 em Porto Murtinho, 178 em Jateí, 89 em Água Clara e 88 em Aquidauana. 

“O que está claro de acordo com os dados apresentados é que a situação sinaliza para aumento do nível crítico. Só teremos chuvas a partir de outubro, ainda assim abaixo do esperado. Isso já traz consequências graves para atividades econômicas importantes como a agropecuária, o transporte hidroviário, sobretudo de minérios que está praticamente suspenso e com restrições para outros setores”, afirma o titular da Semadesc, Jaime Verruck, em entrevista anteriormente concedida à reportagem.

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