Da Redação em 15 de Abril de 2024
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Desde outubro, Pantanal acumula déficit de chuva e níveis dos rios estão abaixo da média para o período
“Até março, acumulamos um déficit de quase 300 mm de chuva na região e, para as próximas duas semanas, são esperados 80 mm de chuva, segundo projeções dos modelos GEFS/NOAA. Esse volume pode gerar elevações pontualmente, mas dificilmente irá fazer os rios terem uma recuperação mais significativa ao longo de toda a bacia”, afirma o pesquisador em geociências Marcus Suassuna, responsável pela operação do sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai.
O pesquisador ressalta que, em termos climatológicos, a região é desafiadora e apresenta incertezas para a realização de previsões precisas. “Devido a essa característica, precisamos realizar diariamente o monitoramento para verificar se as projeções se confirmarão”. Para os prognósticos, o SGB utiliza os modelos do Sistema Global de Previsão em Conjunto – GEFS/NOAA, criado pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental.
Nível dos rios
Mesmo que o prognóstico das chuvas se confirme, não deve haver alteração no trecho de Porto Murtinho (MS), que apresenta os níveis mais baixos da história para essa época do ano. De acordo com o 15º Boletim de Monitoramento Hidrológico, do SAH Paraguai, a última cota observada, na quinta-feira (11), foi de 1,92 m. O esperado seria de 4,49 m. Nesta segunda-feira (15), a marca é de 2,01.
Já em Cáceres (MT), o nível pode chegar perto da faixa de normalidade, pelo menos temporariamente, explica Suassuna. A estação registrou a cota de 2,97 m, sendo o esperado 4,26 m; nesta segunda registrou 3,16. Em Ladário, o nível do rio na quinta estava em 1,16 m. De lá para cá, subiu 9 cm e registra 1,25 m.
“Há projeção de elevação nos afluentes do Rio Paraguai, principalmente no trecho do Alto Paraguai, a montante de Cáceres, e continuidade na elevação gradual em Ladário e Forte Coimbra.
Atuação do Serviço Geológico do Brasil
Desde fevereiro, o SGB vem comunicando e emitindo alertas sobre a situação no Pantanal, a fim de subsidiar ações que possam reduzir os impactos provocados pela seca. O monitoramento realizado é essencial para que se possa acompanhar a evolução do quadro, a fim de adotar medidas que possam reduzir os impactos da estiagem esperada para a região neste ano.
Clique aqui para conferir os boletins de monitoramento hidrológico do SGB, emitidos por meio do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai.
As informações são do Núcleo de Comunicação do Serviço Geológico do Brasil.
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