Silvio Andrade - Site Lugares Eco em 18 de Fevereiro de 2024
Com sua larga experiência em educação ambiental, pela formação pedagógica e vivência na difícil tarefa de conscientizar a sociedade pela preservação da natureza, o oficial tem um propósito de trabalho na nova função e sua passagem pela região pode mudar conceitos e atitudes hoje praticados na fronteira, onde a pesca predatória tem sido um grande desafio para os órgãos de fiscalização ambiental. Uma fronteira de grandes extensões e meandros.
Com 35 anos de serviços prestados à Polícia Militar, Rondon deve cumprir em Porto Murtinho a última missão de farda e voltar a Corumbá, sua terra natal. Aos 57 anos de idade, quer encerrar a brilhante carreira deixando um legado na cidade denominada Portal da Rota Bioceânica. Com a reorganização estrutural da Polícia Militar Ambiental (PMA) em andamento, foi designado para o comando pela sua capacidade de diálogo e envolver comunidades pela proteção ambiental.
Vencer pela sensibilização
Arquivo pessoal
Levando educação ambiental a crianças de escola rural
A questão da pesca predatória nesta região da fronteira é um problema sem solução até agora pelo fato de o Paraguai não ter legislação rigorosa para disciplinar a pesca de subsistência e esportiva no rio Paraguai – a linha imaginária desses limites. Como agravante, o país vizinho não tem o período de defeso (piracema) e de nada adianta os órgãos de fiscalização do lado brasileiro combaterem a pesca no período (novembro a fevereiro) se o rio é uma via internacional.
Para o novo comandante da PMA em Porto Murtinho, contudo, a interlocução com as autoridades paraguaias pode ser um caminho para conciliar os interesses preservacionistas. Ele cita que o Paraguai hoje já exige e emite autorização de pesca amadora e profissional, por meio da Marinha, o que considera “um grande avanço”. No entanto, na sua primeira missão – Operação Carnaval - a PMA apreendeu pescado fora de medida e barcos de pescadores paraguaios.
Resposta rápida e eficiente
Rondon está ciente dos desafios, porém acredita que por meio da educação ambiental e envolvimento das autoridades, as escolas e a população em geral seja possível reduzir a pesca predatória e incentivar o pesque-solte, proposta ainda resistente na região. Na parte operacional, conta com o apoio do comando-geral para reativar o posto de um grupamento na foz do Rio Apa, afluente do Paraguai, o pelotão recebeu viatura e equipamentos modernos e terá reforço policial.“Estamos reestruturando o nosso pelotão, em breve teremos um alojamento, para atender inclusive outras forças policiais, e com a chegada de viatura e barcos novos e computadores, entre outros equipamentos, teremos melhores condições de trabalho e capacidade de resposta mais rápida e eficiente”, informa. A área sob jurisdição do pelotão é extensa: 180 km de Rio Paraguai, da foz do Apa ao Fecho dos Morros, no limite com Corumbá, e ainda o Pantanal.
Receba as principais notícias de Corumbá, Ladário e MS pelo WhatsApp do Diário Corumbaense. Clique aqui para entrar em um de nossos grupos.
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.