Leonardo Cabral em 13 de Janeiro de 2021
Moradores de Corumbá estão enfrentando muitos transtornos desde a madrugada desta quarta-feira, 13 de janeiro. A cidade ficou literalmente "embaixo d’água", devido à intensa chuva que atingiu a região, deixando ruas e casas alagadas.
Além de residências, a enxurrada invadiu também alguns estabelecimentos comerciais, como um atacado que fica na rua Pedro de Madeiros, quase esquina com a Quinze de Novembro, bairro Popular Velha. Na frente do local, um verdadeiro rio se formou.
Gustavo Santosa Carro da Energisa quase tombou no assentamento Urucum
Dois locais, bairro Dom Bosco e região conhecida como Cacimba da Saúde, registraram deslizamentos. Porém, apesar do susto, houve pequena movimentação de terra, conforme informou ao Diário Corumbaense, o superintendente da Defesa Civil, Isaque Nascimento.
“São áreas que já tinham registrado essas movimentações de terra, como no Dom Bosco, porém, mesmo com a chuva forte, não houve danos significativos. Nossa equipe está nas ruas desde a madrugada trabalhando e também vamos avaliar essa área dos deslizamentos para verificar se há necessidade ou não de interdições ou até mesmo remoção de famílias”, explicou Isaque.
Ele ainda mencionou que a chuva que caiu na cidade, foi de pouco mais de 187 milímetros, segundo dados coletados no Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Até as primeiras horas da manhã de hoje, equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos e da Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil estão nas ruas trabalhando para minimizar os problemas provocados pela forte chuva. A ação emergencial conta com apoio de funcionários da Equipe Engenharia, Unipav e da ALS, além do Corpo de Bombeiros, que atende ocorrências desde a madrugada.
“Nossas equipes estão nas ruas da cidade, com trabalhos mais concentrados nos bairros Centro América, Guatós, Cristo Redentor e Cravo Vermelho, onde a água da chuva provocou danos maiores. São bairros que ficam na rota da água quando há registro de chuva intensa, o que provoca a dificuldade de evasão das águas pluviais. A partir de agora é fazer levantamento e ver o que essas famílias necessitam, com trabalho da assistência social, porém, um raio-x será feito para sabermos os reais danos causados pela chuva”, explicou Isaque Nascimento.
Morador da rua José Maciel de Barros, bairro Cristo Redentor, Renan Ribeiro, contou a este Diário que sempre morou no local, mas que foi surpreendido pela chuva forte de hoje.
“A água ficou uns 40 centímetros acima do chão em casa. Tudo que tínhamos foi tomado pela enxurrada, sofá, geladeira, camas, roupas. Tive que quebrar parte do muro para que a água pudesse escoar, caso contrário, ficaria no quintal e estaríamos embaixo d’água”, falou Renan.
Já outra moradora, Silvana Almeida, mencionou que a casa não foi inundada, mas o quintal foi tomado pela enxurrada. “Aqui no quintal de casa virou um verdadeiro rio e uma árvore caiu. Estou esperando os Bombeiros para darem apoio no corte desse vegetal. Um tremendo susto”, disse.
Outro ponto bem afetado pela chuva foi na rua Quinze de Novembro, onde está localizada a sede da escola Municipal José de Souza Damy. A via foi tomada pela água, transformando a rua em um verdadeiro rio. Moradores registraram a enxurrada (video).
Com a chegada do período de chuvas, o nível do rio Paraguai, que sofreu com a forte estiagem registrada no ano passado, está registrando alta nos últimos dias. De ontem para hoje, pela régua de Ladário, o nível subiu 18 centímetros, passando de 0,46 m para 0,64 metro.
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