Leonardo Cabral em 29 de Outubro de 2020
Foto enviada ao Diário Corumbaense
Pouco a pouco, Pantanal renasce após ser castigado pelas queimadas
Ainda segundo Abraão, a previsão é de mais chuva no decorrer dos dias, incluindo na região da Serra do Amolar, no Pantanal de Corumbá, que nos últimos meses vinha sofrendo com as queimadas.
As chuvas que trazem alívio para as equipes de brigadistas e bombeiros, também mostram o “despertar”, mesmo que ainda tímido, do Pantanal de Mato Grosso do Sul. Após as chuvas, algumas vegetações estão fluindo em áreas devastadas pelo fogo, na terra indígena Taunay Ipegue, onde está localizada uma Brigada Indígena.
Em meio às cinzas, um cenário de "vida", vai ganhando força e mostrando que, mesmo diante de tanta destruição, o Pantanal resiste e renasce pouco a pouco.
“A própria regeneração natural vai dar conta do processo. A princípio vemos que não é necessária ação humana, como reflorestamento, nem reintrodução de espécies, até porque é temerário fazer esse tipo de intervenção sem nenhuma orientação ou estudo. É mais vantajoso a gente monitorar com estudos científicos, pois intervenções podem ser maléficas nesses casos. O Pantanal tem a capacidade, tem a resiliência que é fantástica. É um ambiente adaptado com a presença de fogo, mas não como os que o atingiram, porém pouco a pouco a 'vida' vai voltando”, explicou ao Diário Corumbaense, Alexandre Pereira, analista ambiental do Prevfogo/Ibama.
Fogo
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que outubro foi o pior mês para o Pantanal em relação ao número de focos de incêndios registrados, desde que os trabalhos de monitoramento tiveram início em 1998.
Os dados, de 01 a 28 deste mês, mostram que no Pantanal, que corresponde às áreas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em sua maior parte, em Corumbá, foram registrados 2.825 pontos de fogo.
O relatório do Ibama/Prevfogo/Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, divulgado semanalmente, aponta que 4.167.000 hectares foram devastados pelas chamas no bioma Pantanal. Isso representa 28% da maior área alagada do planeta.
Só no Pantanal de Mato Grosso do Sul, 1.917.000 hectares foram destruídos pelos incêndios. Regiões como a Serra do Amolar, Barra do São Lourenço, Porto Esperança e também em vegetação às margens da BR-262 e da Estrada Parque, foram as mais atingidas.
O trabalho de monitoramento segue nas regiões mais afetadas.
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.