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Nem confinamento obrigatório por sete dias evita “escapadinhas” de moradores de Aquidauana

Campo Grande News em 04 de Agosto de 2020

Divulgação/Prefeitura de Aquidauana

Fiscalizações para verificar cumprimento do decreto de lockdown ocorrem desde sábado

Os comerciantes até abriram mão da estratégia de venda considerada mais eficaz: a de manter a “porta aberta”. Mas a população não tem resistido às “escapadinhas” pelas ruas de Aquidauana, cidade distante 139 quilômetros de Campo Grande, mesmo com mais de 72 horas de regime de lockdown.

Válida desde a última sexta-feira, a medida deve durar até a próxima sexta-feira e tem como objetivo conter o número de casos confirmados de covid-19, que chega a 53, e claro, evitar mais mortes. O desafio, apesar da fiscalização da Prefeitura, é fazer os moradores respeitarem o isolamento social.

Diante das restrições, os moradores ainda circulavam pela cidade de quase 50 mil habitantes, na segunda-feira, terceiro dia de confinamento.

Administrador de uma floricultura, estabelecimento onde nem mesmo a entrega em domicílio está autorizada, Aldimir Junior, 33 anos, alerta para o fato de que o decreto deixou algumas brechas e teve quem arranjou um jeito de funcionar. “A fila da Caixa Econômica, por exemplo, estava lotada. Eles não estão tendo controle sobre isto. Tem comércio que está funcionando e não sei como está sendo esta tratativa nas ruas”, opinou. 

Conforme o decreto, mercados e padarias, considerados serviços essenciais, estão autorizados a funcionar das 07h às 17h. Farmácias e postos de combustíveis podem funcionar 24h, mas apenas para abastecimento de veículos, sem serviços extras.

Tais estabelecimentos, afirma Sueli Escobar, proprietária de um hotel no centro da cidade, se tornaram desculpa para sair de casa a qualquer necessidade mínima. “A população não vai respeitar se não tomar medidas drásticas. Não tem conscientização. Está tendo movimento do mesmo jeito”, afirmou.

Temorosa quanto à possibilidade de contágio, ela fechou o hotel e dispensou os funcionários para ficarem em casa até o fim do lockdown. “Os comerciantes, se ficar uma semana fechado, não vai ficar nem mais pobre, nem mais rico. O hotel já não tava com muito movimento desde o início da pandemia. Mas tem muita ganância em cima disso daí. Se abrir, coloca você em risco e ainda os funcionários”, opinou.

Apesar disto, a medida está refletindo sobre as taxas de isolamento da cidade. De acordo com monitoramento do governo do Estado, na segunda-feira, o município atingiu 54,8%, mas ontem (03), caiu para 46,5%.

Indígenas

O lockdown afeta principalmente o funcionamento da área urbana do município, no entanto, o que preocupa as autoridades é a disseminação acelerada do novo coronavírus entre os indígenas da região. São mais de 5 mil distribuídos em 10 aldeias, da região. Até esta segunda-feira, Aquidauana registrava 447 casos confirmados de covid-19 e 15 óbitos, sendo 11 indígenas.

A Vigilância Epidemiológica Municipal informa que Aquidauana tem 38 pessoas já recuperadas da covid-19, 345 amostras para teste de coronavírus no Lacen (Laboratório Central) e ao todo 447 casos positivos, sendo 394 casos positivos ativos.

Das 394 pessoas positivas ativas, 18 pessoas estão hospitalizadas, sendo nove indígenas em leitos clínicos e seis não indígenas em leitos clínicos dos Hospitais Regional de Aquidauana e Cassems e mais três pessoas, sendo duas não indígenas e uma indígena nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Regional. Dos 15 óbitos, 11 são de indígenas e quatro não indígenas.

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