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Secretaria e direção de unidade de ensino lamentam fim do programa de escolas cívico-militares

Leonardo Cabral em 12 de Julho de 2023

Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense

Escola é a única da Rede Municipal a integrar o programa desde 2020

O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), deve ser encerrado em todo o Brasil, de acordo com anúncio do Governo Federal. Em Corumbá, uma unidade municipal faz parte do programa, a José de Souza Damy, localizada no bairro Cristo Redentor, parte alta da cidade.

De acordo com a Agência Brasil, esta semana, o Ministério da Educação (MEC) enviou um ofício aos secretários de Educação informando que o programa será finalizado e que deverá ser feita uma transição cuidadosa das atividades para não comprometer o cotidiano das escolas.

Ao Diário Corumbaense, a secretária-adjunta de Educação de Corumbá, Maria do Carmo de Arruda Provenzano, informou que até esta quarta-feira (12), a pasta não recebeu nenhum comunicado do MEC. "Sabemos que apenas os secretários de Estado de Educação foram notificados, para o Município ainda não chegou nada”, falou.

Maria do Carmo destacou que a decisão significa uma perda para a comunidade escolar. “A escola funciona muito bem com a parceria dos militares, eles dão total apoio e sentiremos muito o encerramento dessa parceria. A comunidade aceitou muito bem as atividades cívico-militares, melhorou em muitos aspectos a escola”, completou.

A diretora da escola, Roseli Nery de Andrade Bento, reforçou que a presença dos militares, melhorou o funcionamento da unidade de ensino em todos os aspectos. 

"A parceria com os militares foi fundamental para a nossa escola, uma vez que estamos localizados em uma região de vulnerabilidade social e, assim, com o apoio dos militares da Marinha, estando aqui na escola, tanto para os alunos e pais, foi possível sentir o respeito, que confiam no trabalho da escola, dos professores. Em geral, melhorou muito, até o índice de aproveitamento, comportamento, o combate ao bullying", declarou a diretora.

A gestora lembrou também que os militares atuam em outras áreas dentro da escola, destacando projetos como Robótica, Clube de Ciência, Hinos e Canções entre outros.

"Quando o programa foi implantado, teve aceitação de 90% da comunidade. Desperta nos alunos o espírito de liderança, responsabilidade, iniciativa. Os militares não trabalham só com a disciplina. Nos ajudam nos projetos, nossos alunos tem dois dias na semana que vão à sede da Marinha, onde têm desde café da manhã até esporte e aprendizado. É lamentável caso a decisão seja concretizada, quem vai perder são os nossos alunos”, lamentou Roseli Nery a este Diário.

Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense

233 estudantes fazem parte do programa e gestores lamentam decisão do governo

A Escola Municipal José de Souza Damy tem 1.073 alunos matriculados. Destes, 233 estudantes fazem parte do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, na faixa etária entre 10 e 14 anos. Foi implantado na instituição em 2020e conta com a atuação de 12 militares da Marinha. 

Ofício enviado pelo MEC

No ofício, o MEC informa que será iniciado um processo de “desmobilização do pessoal das Forças Armadas envolvidas na implementação e lotado nas unidades educacionais vinculadas ao programa, bem como a adoção gradual de medidas que possibilitem o encerramento do ano letivo dentro da normalidade necessária aos trabalhos e atividades educacionais.”

A pasta também solicita aos coordenadores regionais do Programa e Pontos Focais das Secretarias que assegurem "uma transição cuidadosa das atividades que não comprometa o cotidiano das escolas e as conquistas de organização que foram mobilizadas pelo Programa".

Com o encerramento do Pecim, de acordo com o MEC, cada sistema de ensino deverá definir estratégias específicas para reintegrar as unidades educacionais às redes regulares. A pasta diz ainda, no ofício, que está em tramitação uma regulamentação específica que vai nortear a efetivação das medidas.

Segundo o MEC, 216 escolas aderiram ao modelo nas cinco regiões do país. O Pecim era a principal bandeira do governo de Jair Bolsonaro para a educação.

Comentários:

Antonio Raul: Desfazer o que está dando certo é lamentável, quando vão desligar o modo vingança e cuidar do Brasil de verdade? Ninguém se importa com o Brasil e seu futuro (nossas crianças)

CELIA REGINA DE SOUZA: Tristeza para a comunidade. Local.Apos a mudança poderia será entrevistada novamente a direção da escola.Nunca vi um Governo não Amar o que está escrito na Bandeira Ordem e Progresso.

Jorge Ferreira: Durante o recesso escolar a Marinha do Brasil em apoio ao Projeto das Escolas Cívico-Militares(PECIM) realizará ação civico social (ACISO) com obras de pintura, reparos estruturais e montagem de estrutura metálica para a instalação de um refeitório para os alunos. A nossa comunidade escolar perderá muito com o término do Programa das Escolas Cívico-Militares.

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