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Dois homens e um menor menonitas são acusados de estupro coletivo em colônias na Bolívia

Leonardo Cabral em 07 de Abril de 2022

Reprodução/ El Deber

Dois adultos presos e menor apreendido por estupro em colônias menonitas

A história parece se repetir em colônias Menonitas, na Bolívia, com registro de abusos sexuais contra mulheres. Desta vez, dois homens foram presos e um menor, de 17 anos, apreendido, apontados por cometerem estupros contra mulheres das colônias Belice e Piedras Dos.

Essas comunidades Menonitas estão localizadas na cidade de Três Cruces, que fica às margens da rodovia Bioceânica, próximo a Santa Cruz de La Sierra, distante mais de 600 km da fronteira com Corumbá, no Brasil. Conforme as investigações, as vítimas eram anestesiadas com o efeito de spray, pulverizado pelos agressores dessas mesmas colônias.

O fato foi revelado após denúncia de uma das vítimas, mobilizando assim, policiais da Força Especial de Combate à Violência (Felcv), que conseguiram capturar três menonitas. Com isso, o promotor departamental, Róger Mariaca, foi até às colônias Menonitas, onde recebeu informações sobre os múltiplos estupros de mulheres de todas as idades, entre elas, estavam vítimas de 16 anos a maiores de idade.

Bêbado e com spray

De acordo com as primeiras investigações da Felcv e do Ministério Público, os depoimentos dos presos revelam informações que preocupam as autoridades.

Os próprios detidos admitiram o fato ao contar que agiam de forma organizada. Primeiro, consumiam bebidas alcoólicas e, em estado de embriaguez, caminhavam até às residências dentro da Colônia, principalmente à noite. Cada autor tinha em sua posse uma lata de spray para entrar nas casas, onde borrifava até que perceber que as mulheres ficavam adormecidas e, então, as estupravam sob o efeito do produto químico.

O adolescente apreendido confessou em depoimento que um dos acusados, o mais velho, fabricava o spray. O aerosol também tinha componentes como fragmentos anestésicos para colocar os animais para dormir e, portanto, tinha efeito imediato nas vítimas.

O adolescente revelou também que junto com o outros acusados, tomava medicamentos para despertar desejos e “apetites” sexuais. “Nós nos organizamos para ir até as casas, cada um tinha que ter seu próprio spray que era fabricado”, contou o menor.

Prisão

O promotor designado para o caso sediado em Pailón, Camilo Velásquez, já apresentou denúncia contra os detidos. Ele os acusou do crime de estupro agravado e pediu ao juiz prisão preventiva na cadeia de Palmasola. O pedido foi deferido na tarde desta quinta-feira (07).

O adolescente será processado separadamente, mas pelo mesmo crime. Seu depoimento foi acompanhado por representantes da Ouvidoria da Criança e do Adolescente e será apresentado a um juiz de menores e ser julgado pela Justiça Criminal Juvenil.

Enquanto isso, policiais da Felcv, em coordenação com o Ministério Público, intensificam as investigações em busca da identificação de outros menonitas, também acusados de participação no caso. 

Da mesma forma, são realizadas investigações para identificar mais mulheres vítimas dos estupros dentro das comunidades Belice e Piedras Dos, que por medo, não denunciaram o crime.

Os menonitas caracterizam-se por sua atividade agrícola, costumes conservadores, religiosidade e regulamentos internos rígidos.

Com informações do jornal El Deber.