PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Bolívia: menonita acusado de estuprar 150 mulheres pagou 25 mil dólares para ser libertado

Leonardo Cabral em 08 de Março de 2022

Reprodução/Tele País Unitel

Abraham Peter Dick foi um dos menonitas condenados pelo estupro entre os anos de 2008 e 2009

Abraham Peter Dick, um dos menonitas condenados por estupro entre os anos de 2008 e 2009, de pelo menos 150 mulheres na comunidade de Manitoba, localizada na região do departamento de Santa Cruz, na Bolívia, pagou a quantia de 25 mil dólares (cerca de R$ 132,5 mil) à Justiça para ser libertado.

O ministro de Governo, Eduardo del Castillo, contou que desde outubro de 2019, o juiz Manuel Baptista colocou Peter Dick em prisão domiciliar e solicitou que fosse levado a um hospital para dependentes químicos, mas, ele nunca entrou neste centro e foi para sua casa, na comunidade menonita.

Depois de o caso vir a público, Peter Dick foi preso no dia 04 de março, na cidade de Los Troncos, na comunidade de Manitoba. O advogado dele, Juan Carlos Suñagua, Alfredo Negrete, diretor de centro hospitalar e o juiz Baptista, chegaram a ser presos e depois liberados. Juntos, enfrentam processo pelos crimes de prevaricação, violação de deveres, uso indevido de influência e outros.

O ministro Del Castillo observou que os envolvidos "ajudaram Peter a se beneficiar da detenção. Este sujeito confessou que pagou aos administradores da Justiça a quantia de 25 mil dólares para libertá-lo". O advogado de Peters é quem teria feito todos os pagamentos para a libertação do menonita da prisão domiciliar.

Del Castillo informou ainda que o Ministério de Governo vai contestar a decisão do juiz que libertou Manuel Baptista, o advogado Suñaga e Alfredo Negrete, que omitiu que Peter ao invés de ser internado, foi levado para casa.  

Como tudo aconteceu

Os menonitas caracterizam-se por sua atividade agrícola, costumes conservadores, religiosidade e regulamentos internos rígidos. Mas em 2009, o caso de Manitoba veio à tona e correu o mundo, depois que se soube que nove homens foram acusados ​​de abusar sexualmente de 151 mulheres da comunidade.

Reprodução/Tele País Unitel

Os acusados na época dos crimes na comunidade Manitoba, junto com Abraham Peter Dick

Segundo relatos dos chefes de família, cujas esposas e filhas foram vítimas, algo estranho acontecia há meses na comunidade porque algumas famílias, acostumadas a acordar cedo para fazer o trabalho de campo, despertavam como se estivessem sob anestesia e as mulheres, com sinais de agressão sexual inexplicáveis.

De acordo com as investigações do Ministério Público, a captura de uma pessoa em uma casa, deu origem à confissão de que Peter e outros oito membros da comunidade usaram uma substância química, que pulverizaram pelas janelas das residências, deixando todos os membros das famílias indefesos e aí, praticavam os abusos sexuais. 

Com informações do jornal Tele País - Unitel.