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Com -56 cm, altura do rio Paraguai é a terceira mais baixa em 110 anos de medição

Rosana Nunes em 11 de Outubro de 2021

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

É o terceiro ano consecutivo em que o Pantanal não apresenta a habitual cheia

A altura do rio Paraguai, em Ladário, chegou nesta segunda-feira, 11 de outubro, a 56 centímetros negativos, informa o monitoramento diário do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, organização militar subordinada ao Comando do 6° Distrito Naval da Marinha do Brasil. A marca é a terceira mais rigorosa vazante de sua história.

Em 1964, o rio alcançou a menor marca, chegando aos -61 cm (em setembro) na régua de Ladário. Em 1971, mediu -57 cm (setembro). Em 1967 alcançou -53 cm (outubro). 

Projeções do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) mostram que o nível do rio pode baixar ainda mais esta semana e chegar à marca negativa de 59 centímetros no dia 15 de outubro, se tornando a segunda maior seca da história em 110 anos de medição da régua de Ladário.

A estação de Ladário é considerada um termômetro para medir o grau da estiagem no bioma Pantanal. É, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o terceiro ano consecutivo em que o Pantanal não apresenta a habitual cheia, condição em que o nível d’água supera os 4 metros em Ladário. A última vez foi em 2018, quando o rio atingiu o pico de 5,35 metros.

O maior ciclo de seca registrado no Pantanal foi de dez anos consecutivos (1964 a 1973). Nesse ciclo, o nível mínimo foi de 61 centímetros abaixo do zero da régua, ocorrido em 1964, segundo a Embrapa Pantanal. No ano passado, a marca mínima foi de -32 centímetros, atingida nos dias 23 e 25 de outubro. Em 2020, houve a maior estiagem em 50 anos.

A partir das semanas seguintes pode entrar em estabilidade. "Os modelos indicam a tendência à estabilização do nível d’água na maioria das estações. Considerando que para as próximas semanas, as precipitações (chuvas) previstas na bacia deverão ser um pouco mais constantes, o rio Paraguai deverá apresentar em algumas estações a redução da tendência do declínio de seu nível e posteriormente a estabilização".

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