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Foragidos, ex-ministros teriam escapado pela fronteira da Bolívia com Corumbá

Leonardo Cabral em 18 de Novembro de 2020

Reprodução/ El Deber

Ministros Arturo Murillo y Fernando López teriam conseguido sair da Bolívia pela fronteira com Corumbá

Corumbá, no Brasil, que faz fronteira com a Bolívia, pode ter sido rota de fuga de Arturo Murillo e Fernando López, que foram ministros de Governo e da Defesa, de Jeanine Áñez, que assumiu o comando do país andino durante a crise política de 2019.  A ordem de prisão foi emitida no dia 05 de novembro pelo Ministério Público do país vizinho.

A Força Especial de Combate ao Crime (Felcc) afirma que os ex-ministros Arturo Murillo e Fernando López deixaram o território nacional pela fronteira com o Brasil, antes da posse do presidente eleito, Luis Arce.

Os dados fornecidos pelo diretor dessa instância policial, Alberto Aguilar, indicam que as duas ex-autoridades saíram do território nacional por via terrestre desde a cidade de Puerto Suárez, passando por Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Um deles, Arturo Murillo, pode ter seguido viagem até o Panamá; já López, teria permanecido no Brasil.

Os mandados de prisão contra os ministros do governo interino estão relacionados a um suposto superfaturamento na compra de materiais de repressão "não letais" do Brasil.

O caso foi aberto após denúncia de sete deputados do Movimento ao Socialismo (MAS). Segundo o jornal El Deber, em 19 de dezembro de 2019, o então ministro da Defesa assinou contrato com a empresa Bravo Tactical Solutions LLC, com sede nos Estados Unidos, no valor de 250 a 270 bolivianos (entre 36 e 39 dólares) para cada cartucho de gás lacrimogêneo, dependendo do modelo.

A compra poderia ter sido feita de maneira direta, mas as então autoridades bolivianas preferiram usar uma empresa brasileira como intermediária.

Desta forma, segundo a denúncia, o Estado pagou 5,6 milhões de dólares por este tipo de arma, quantia considerada excessiva. O El Deber diz que o prejuízo com a operação chega a 2 milhões de dólares.

A investigação deste caso começou no dia 08 de junho deste ano pela Promotoria de La Paz, que recebeu a denúncia dos sete deputados do MAS contra as duas ex-autoridades.

A rota

O diretor nacional da polícia boliviana, Alberto Aguilar, durante entrevista à Erbol,  disse que os ex-ministros foram levados em um avião da FAB do aeroporto El Trompillo, da cidade de Santa Cruz de La Sierra, até a cidade fronteiriça de Puerto Suárez, onde então, partiriam para o Brasil, passando por Corumbá.

Do Brasil, Murillo teria pegado um voo da companhia aérea Copa para o Panamá, enquanto o alerta de imigração que pretendia evitar que saíssem de seu território foi dado no mesmo dia da fuga, ou seja, meia hora depois de cruzar a fronteira com o Brasil.

Um dos ministros criticou o governo brasileiro na pandemia

Durante visita em março deste ano, para acompanhar os trabalhos de combate da pandemia do novo coronavírus, o então ministro de Defesa da Bolívia, Fernando López, criticou o Brasil.

Irritado, López foi gravado exigindo controle mais rigoroso de brasileiros que seguiam para o lado boliviano. Nas imagens, ele apareceu criticando as ações de combate ao coronavírus pelo Brasil, dizendo ainda que pessoas de Campo Grande ou de outras cidades estavam proibidas de entrar na Bolívia.

“Aqui serão retirados. O controle será médico migratório, policial e militar. Vamos fechar a fronteira. Ter casos confirmados a menos de 03h ou 04h é um perigo para a Bolívia. Evidentemente pode ser sacrifício, mas não interessa, o que interessa são as vidas. Não nos interessa o comércio, mas sim salvar vidas. Que não venham à Bolívia. Vamos ser mais restritos ao ingresso à Bolívia”, falou na época. 

Com informações do jornal El Deber e site Brasil de Fato.

Comentários:

Helmut Martines da Silva: Infelizmente isso só mostra a vulnerabilidade de nossa fronteira. Penso que nossos representantes locais, poderiam solicitar juntos aos "seus" representantes estaduais e federais a modernização e a otimização de nossa fronteira, com instalação de equipamentos de reconhecimento facial, raio-x, uso de cães farejadores, apoio do exército e uso de drones nas adjacências. Com isso iremos coibir o tráfico de drogas, o descaminho, contrabando, furto de veículos e a entrada ilegal de estrangeiros.

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