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Após fraude, bolivianos voltam às urnas para eleger novo presidente

Leonardo Cabral em 16 de Outubro de 2020

Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense

Local de votação em Corumbá, será no Consulado Boliviano, no Centro da cidade

As eleições presidenciais na Bolívia acontecem neste domingo, 18 de outubro.  A sede do Consulado boliviano, que fica na rua Sete de Setembro, entre a avenida General Rondon e Delamare, será o local de votação em Corumbá, que faz fronteira com a província de German Busch.

O cônsul do país andino, no município, Enrique Gonzáles Antelo disse ao Diário Corumbaense, que o horário de votação será das 08h às 17h. “São aproximadamente 160 a 200 bolivianos que estão aptos a votar, aqui em Corumbá, nas eleições presidenciais. Eles precisam estar munidos de cédula de identidade ou passaporte”, explicou a autoridade diplomática.

Ainda segundo o cônsul, o voto não é obrigatório. Mas, “é importante que votem, cumpram com um dever cívico, sem contar que o não comparecimento nas urnas resulta em alguns impedimentos, como transações bancárias, caso necessite”, completou.

Medidas de segurança

Diferente das eleições em 2019, que foram canceladas, por constatação de fraude eleitoral, neste pleito, haverá regras para que os bolivianos possam votar. Conforme o cônsul, mesmo com o horário de 08h às 17h, os bolivianos terão de cumprir alguns requisitos para comparecer às urnas.

“Pedimos que no local de votação não gerem aglomeração. Que os eleitores usem máscaras e ao chegar ao Consulado, respeitem o distanciamento, para assim, evitar qualquer tipo de contaminação do novo coronavírus. Se possível, levem álcool em gel também”, orientou Gonzáles.

Poderão voltar das 08h às 12h30, bolivianos que tenham a identidade com final: 01-02-03-04. Já os eleitores com identidade final 05-06-07-08-09 poderão votar das 12h30 até às 17h. 

Do lado boliviano, a fronteira vai ficar fechada durante a votação. 

Candidatos

Ao todo, a Bolívia tinha oito candidatos que concorriam ao cargo de presidente, entre eles a presidente interina do país, Jeanine Añez. Ela desistiu de concorrer, assim como Tuto Quiroga e Maria de La Cruz.

Com isso, são cinco nomes concorrendo a presidente do país. São eles: Luis Arce, do Movimiento Al Socialismo (MAS); Carlos Mesa, da Comunidad Ciudadana (CC); Luis Fernando Camacho (Creemos); Chi Hyun Chung (FPV) e Feliciano Mamani (PAN-Bol).

A constituição boliviana declara vencedor, o candidato que conquistar 50% mais um voto ou mais de 40% com 10 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo lugar.

Ao todo 7.332.925 bolivianos estão habilitados a votar, segundo o Tribunal Supremo Eleitoral daquele país. Desse total, 7.031.294 poderão votar no país e 301.631 em outros países, incluído Corumbá.

Entenda

Nas eleições de 20 de outubro do ano passado, marcadas por denúncias de fraude, Evo Morales foi reeleito em primeiro turno. Após uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) ter chegado à conclusão de que o pleito havia sido fraudado, Morales renunciou ao mandato, pressionado pelas Forças Armadas. Após renunciar, o ex-presidente asilou-se primeiro no México e depois na Argentina.

Junto com Morales, também renunciaram Álvaro García Linera, vice-presidente do país; Víctor Borda, presidente da Câmara de Deputados e Adriana Salvatierra, presidente do Senado. Desta forma, Jeanine Añez, que era a segunda vice-presidente do Senado, assumiu a presidência interina, em 12 de novembro.

O mandato de Añez inicialmente deveria durar até janeiro, mas foi prorrogado pelo tribunal constitucional do país até maio. No dia 03 de maio, a Bolívia deveria ter ido às urnas. No entanto, com a pandemia da covid-19, houve o cancelamento. O Tribunal Supremo Eleitoral boliviano, então, propôs que as eleições gerais fossem realizadas entre 28 de junho e 27 de setembro.

No final de abril, a Assembleia Legislativa, com maioria do partido de Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), aprovou a Lei n° 1.297, de Adiamento das Eleições Gerais de 2020, que definiu que o processo seria realizado em 90 dias, calculável a partir de 03 de maio. Áñez afirmou que essa proposta não atendia recomendações do TSE, que previa critérios técnicos, logísticos e científicos para a realização da eleição durante a pandemia.

No início de junho, o TSE boliviano apresentou uma nova proposta de eleições a serem realizadas no prazo máximo de 127 dias, a partir de 03 de maio, ou seja, domingo, 06 de setembro deste ano.

Nas eleições de domingo, serão eleitos presidente e vice-presidente, 36 senadores, 130 deputados e nove representantes para os órgãos parlamentares supra-estatais. 

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