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Sem previsão de chuva, queimadas podem voltar a se alastrar na região

Rosana Nunes com Portal de Notícias MS em 30 de Agosto de 2020

Divulgação/Bombeiros

Lei prevê que a multa seja aplicada mesmo se a queima ocorrer em propriedades particulares

O Corpo de Bombeiros de Corumbá atendeu a três ocorrências de incêndio em vegetação, no perímetro urbano, nas últimas 48 horas. Os registros foram nos bairros Aeroporto, Maria Leite e Popular Nova, nos períodos da manhã, tarde e até na madrugada. 

Segundo a corporação, em todos os casos, o fogo foi provocado, mas os responsáveis não foram identificados. Atear fogo em terrenos baldios é crime ambiental, passível de multa que pode chegar a R$ 9.658. Até mesmo pessoas que colocam fogo para "limpar lixo" podem ser punidas.

Divulgação/Bombeiros

Até nas madrugadas, vândalos provocam incêndios em vegetação

A Lei de Crimes Ambientais, de número 9.605, prevê que a multa seja aplicada mesmo se a queima ocorrer em propriedades particulares. A justificativa é que o crime de poluição coloca em risco a saúde humana e a segurança dos animais, além de destruir a flora.

Os riscos das queimadas urbanas são imprevisíveis, já que o fogo pode fugir do controle do autor e atingir casas e prédios, além de atrapalhar o trânsito e ocasionar graves acidentes. 

Queimadas no Pantanal

Bombeiros de Corumbá e Campo Grande se deslocaram, neste domingo (30), para a região do rio Negro, no Pantanal da Nhecolândia, onde ocorre um incêndio em vegetação. O local fica a aproximadamente 190 quilômetros da cidade pantaneira e é uma área de difícil acesso. Parte da equipe foi transportada por helicóptero do Comando do Sexto Distrito Naval, sediado em Ladário. 

Com 4.363 focos de incêndios florestais em Mato Grosso do Sul somente no mês de agosto, as perspectivas não são animadoras. “De janeiro a agosto de 2020 já temos o maior número de incêndios dos últimos 10 anos e o mês de setembro ainda pode ser igual a agosto. O Pantanal é hoje o 4º bioma brasileiro em número de focos de incêndio no país, mas devido à sua extensão, é o que mais foi impactado em termos de área”, informou o tenente-coronel Moreira, do Corpo de Bombeiros de MS.

Hoje, os focos de incêndio em Mato Grosso do Sul ainda se concentram no Pantanal, sendo 80% deles nos municípios de Corumbá e Porto Murtinho. “Na região de Porto Murtinho temos a Terra Indígena Kadiwéu, que é a que mais tem focos de calor no país. Segundo o Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais), o fogo já atingiu 24% desse território. Já Corumbá é o município com o maior número de focos no país, devido à sua extensão”, finalizou o oficial bombeiro.

Os incêndios florestais no Pantanal já atingiram 1,778 milhão de hectares, sendo 798 mil hectares no Mato Grosso e 980 mil hectares em Mato Grosso do Sul, de janeiro a 23 de agosto de 2020.  

Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima) até o dia 13 de setembro não há expectativa de chuva devido a uma massa de ar seco. No Pantanal, as temperaturas serão muito altas, de até 41ºC, e a umidade relativa do ar deverá estar em situação crítica em praticamente todo o Estado.

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