Da Redação com Ascom da UFMS em 25 de Agosto de 2020
O terceiro relatório técnico geocartográfico da macrorregião de Corumbá, da Rede Geográfica de Análise da Pandemia em Mato Grosso do Sul, aponta que Corumbá, localizada numa região de fronteira e conurbada com as cidades bolivianas de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, registrou aumento no índice de crescimento percentual da covid-19 entre os períodos de 1º a 15 de agosto.
Os índices de morbimortalidade e taxa de letalidade são preocupantes, segundo o estudo coordenado por professores, técnicos e estudantes da UFMS, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB).
De acordo com o relatório, na primeira quinzena de agosto, houve variação de 225% em relação aos óbitos. Os índices preocupantes de morbimortalidade são de 3,5% e 1,74% para Corumbá e Ladário, respectivamente, e a taxa de letalidade em Corumbá chegou a 3,8%, uma das maiores do estado e também maior que a média nacional.
De acordo com os pesquisadores, a faixa etária infectada se concentra entre 11 e 50 anos. O Centro de Corumbá concentra o maior número de casos acumulados, mas a doença se disseminou com força para os bairros mais afastados e a zona rural já tem 18 casos registrados até a data de 21 de agosto.
O nível de alerta permanece no limite quatro para Corumbá e três para Ladário, mantendo-se a curva em ascensão.
“A região fronteiriça tem 170 mil habitantes e os bolivianos buscam atendimento na Santa Casa, hospital de referência, apesar da fronteira Brasil-Bolívia estar oficialmente fechada, mas o controle da fronteira seca, por sua extensão, é complexa”, afirma a professora do Campus do Pantanal, Elisa Pinheiro de Freitas, uma das responsáveis pelo relatório em Corumbá.
Os pesquisadores alertam que, apesar de existir um apelo bastante forte do setor produtivo em todo o Estado para se evitar eventuais “colapsos” da economia, é preciso salientar que só tiveram êxito na contenção da doença as cidades, as regiões e os países que, ao alcançarem determinados níveis, tomaram medidas mais austeras para conter o avanço da doença.
“No curto prazo, compreendemos que a medida de deslocamentos essenciais pode impactar na economia da região. Todavia, a garantia da redução dos indicadores, na condição e níveis alcançados por Corumbá, tende a preservar vidas, o sistema de saúde e vai refletir positivamente na retomada da economia a médio e longo prazo”, afirmaram os pesquisadores.
Corumbá tem mais de 2,2 mil casos de covid-19; destes quase 90% recuperados. 83 óbitos já foram registrados.
Veja aqui o relatório completo.
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