Leonardo Cabral em 23 de Julho de 2020
Reprodução/ El Deber
Presidente do TSE Salvador Romero anunciou nova data das Eleições e também do segundo turno, em caso de necessidade
"A eleição exige as medidas de segurança sanitárias mais altas possíveis para proteger a saúde dos bolivianos. Não podemos ir às eleições sem salvaguarda suficiente", afirmou Romero.
A decisão do TSE é anunciada após uma série de pedidos de adiamento por diferentes frentes políticas e cidadãos, que observam que as eleições foram convocadas no meio da pandemia do coronavírus.
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense
Eleitores bolivianos, na fronteira com Corumbá, votando em outubro passado
No entanto, mais cedo, antes da decisão do TSE da Bolívia, na Argentina, onde está refugiado, o ex-presidente Evo Morales se manifestou via Twitter: "Um adiamento na data das eleições só prejudicará o povo devido à ingovernabilidade observada, à pandemia sem controle e à crise econômica".
Entenda
Nas eleições de 20 de outubro do ano passado, marcadas por denúncias de fraude, Evo Morales foi reeleito em primeiro turno. Após uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) ter chegado à conclusão de que o pleito havia sido fraudado, Morales renunciou ao mandato, pressionado pelas Forças Armadas. Após renunciar, o ex-presidente asilou-se primeiro no México e depois na Argentina.
À época, junto com Morales, também renunciaram Álvaro García Linera, vice-presidente do país; Víctor Borda, presidente da Câmara de Deputados e Adriana Salvatierra, presidente do Senado. Desta forma, Jeanine Añez, que era a segunda vice-presidente do Senado, assumiu a presidência interina, em 12 de novembro.
O mandato de Añez inicialmente deveria durar até janeiro, mas foi prorrogado pelo tribunal constitucional do país até maio. No dia 03 de maio, a Bolívia deveria ter ido às urnas. No entanto, com a pandemia da covid-19, houve o cancelamento. O Tribunal Supremo Eleitoral boliviano, então, propôs que as eleições gerais fossem realizadas entre 28 de junho e 27 de setembro.
No final de abril, a Assembleia Legislativa, com maioria do partido de Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), aprovou a Lei n° 1.297, de Adiamento das Eleições Gerais de 2020, que definiu que o processo seria realizado em 90 dias, calculável a partir de 03 de maio. Añez afirmou que essa proposta não atendia recomendações do TSE, que previa critérios técnicos, logísticos e científicos para a realização da eleição durante a pandemia.
No início de junho, o TSE boliviano apresentou uma nova proposta de eleições a serem realizadas no prazo máximo de 127 dias, a partir de 03 de maio, ou seja, domingo, 06 de setembro deste ano. Com informações Agência Brasil e El Deber.
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