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Eleições na Bolívia são adiadas de setembro para outubro por conta da pandemia

Leonardo Cabral em 23 de Julho de 2020

Reprodução/ El Deber

Presidente do TSE Salvador Romero anunciou nova data das Eleições e também do segundo turno, em caso de necessidade

As eleições na Bolívia, que seriam realizadas em setembro, foram adiadas. O Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), através de seu presidente Salvador Romero, informou no início da tarde desta quinta-feira, 23 de julho, que as eleições não ocorrerão mais em 06 de setembro, mas em 18 de outubro e que o segundo turno será em 29 de novembro.

"A eleição exige as medidas de segurança sanitárias mais altas possíveis para proteger a saúde dos bolivianos. Não podemos ir às eleições sem salvaguarda suficiente", afirmou Romero.

A decisão do TSE é anunciada após uma série de pedidos de adiamento por diferentes frentes políticas e cidadãos, que observam que as eleições foram convocadas no meio da pandemia do coronavírus.

Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense

Eleitores bolivianos, na fronteira com Corumbá, votando em outubro passado

A presidente interina do país vizinho, Jeanine Añez também se referiu ao assunto nas últimas horas, afirmando que se vá  às urnas quando a população "não se sinta em perigo”, por conta da pandemia.

No entanto, mais cedo, antes da decisão do TSE da Bolívia, na Argentina, onde está refugiado, o ex-presidente Evo Morales se manifestou via Twitter: "Um adiamento na data das eleições só prejudicará o povo devido à ingovernabilidade observada, à pandemia sem controle e à crise econômica".

Entenda

Nas eleições de 20 de outubro do ano passado, marcadas por denúncias de fraude, Evo Morales foi reeleito em primeiro turno. Após uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) ter chegado à conclusão de que o pleito havia sido fraudado, Morales renunciou ao mandato, pressionado pelas Forças Armadas. Após renunciar, o ex-presidente asilou-se primeiro no México e depois na Argentina.

À época, junto com Morales, também renunciaram Álvaro García Linera, vice-presidente do país; Víctor Borda, presidente da Câmara de Deputados e Adriana Salvatierra, presidente do Senado. Desta forma, Jeanine Añez, que era a segunda vice-presidente do Senado, assumiu a presidência interina, em 12 de novembro.

O mandato de Añez inicialmente deveria durar até janeiro, mas foi prorrogado pelo tribunal constitucional do país até maio. No dia 03 de maio, a Bolívia deveria ter ido às urnas. No entanto, com a pandemia da covid-19, houve o cancelamento. O Tribunal Supremo Eleitoral boliviano, então, propôs que as eleições gerais fossem realizadas entre 28 de junho e 27 de setembro.

No final de abril, a Assembleia Legislativa, com maioria do partido de Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), aprovou a Lei n° 1.297, de Adiamento das Eleições Gerais de 2020, que definiu que o processo seria realizado em 90 dias, calculável a partir de 03 de maio. Añez afirmou que essa proposta não atendia recomendações do TSE, que previa critérios técnicos, logísticos e científicos para a realização da eleição durante a pandemia.

No início de junho, o TSE boliviano apresentou uma nova proposta de eleições a serem realizadas no prazo máximo de 127 dias, a partir de 03 de maio, ou seja, domingo, 06 de setembro deste ano. Com informações Agência Brasil e El Deber.

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