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Covid-19: pacientes oncológicos devem manter uso de máscaras

Agência Brasil em 22 de Julho de 2020

Ricardo Wolffenbutel/Divulgação

Pacientes devem continuar com o distanciamento e ficar a maior parte do tempo possível de máscara, mesmo em casa

Após a flexibilização do isolamento social determinado para evitar o contágio pelo novo coronavírus, o uso de máscaras vai continuar durante muito tempo. O instrumento de defesa contra a covid-19 é fundamental, especialmente para os pacientes oncológicos.

A avaliação foi feita à Agência Brasil pelo médico epidemiologista Alfredo Scaff, da Fundação do Câncer. Ele destacou que os pacientes oncológicos constituem um grupo de alto risco neste momento de relaxamento da pandemia do novo coronavírus. “Este momento é muito crítico para os grupos de risco”, afirmou. Os pacientes devem continuar com o distanciamento e ficar a maior parte do tempo possível de máscara, mesmo em casa, da mesma forma que seus familiares, recomendou.

“Por causa do tratamento, eles têm a imunidade rebaixada e, caso se contaminem com a covid-19, que ataca também o sistema imunológico, pode ser uma catástrofe. Pode ser muito grave para esses pacientes”, assegurou Scaff. Segundo o médico, a máscara serve também como uma lembrança para a pessoa tomar os cuidados com o distanciamento, lavar as mãos, usar álcool gel, não ficar próximo das pessoas. “Infelizmente, até que tenhamos uma vacina ou um tratamento eficaz contra essa doença, a gente vai ter que fazer uso da máscara. Não tem outra saída”.

Interrupção

O médico da Fundação do Câncer alertou que os pacientes oncológicos não devem interromper os tratamentos durante a pandemia, já que se trata de uma doença tempo dependente, ou seja, “se você perder tempo no tratamento, a doença pode avançar e aí o tratamento fica muito mais dificil”. Nas visitas aos centros de referência e em outras atividades em que seja necessário ir à rua, os pacientes precisam, algumas vezes, da ajuda de familiares e cuidadores, que também devem estar protegidos pelo uso de máscaras.

A aposentada Márcia Maria Rodrigues de Souza, de 54 anos, sai de Itaipu, na região oceânica de Niterói, onde mora com seu filho de 26 anos, para continuar o tratamento de câncer de mama no Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (UFF), no centro da cidade. Em entrevista à Agência Brasil, Márcia defendeu o uso da máscara. “Ela é muito importante para a gente, tanto para não contaminar quanto para não ser contaminado. Quando as duas pessoas usam, o risco fica bem mais baixo”. Márcia lembrou que a máscara, além de proteger o rosto, evita que as pessoas fiquem levando a mão à boca ou ao nariz. “Isso é automático. Mas se você está com a máscara, você lembra que não pode tocar. É muito importante”.

Márcia fez quimioterapia entre 2018 e 2019. Após a cirurgia, ela complementa o tratamento com aplicações do remédio Herceptin e a realização periódica de exames de sangue e ecocardiogramas.

A aposentada Georgina dos Santos, de 67 anos, moradora do Morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, se desloca todos os dias a um casarão na Rua das Palmeiras, situado a cerca de um quilômetro de sua casa, onde funciona a ONG Pipa social. Ali, Georgina e outras mulheres complementam a aposentadoria com a costura.

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