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Mesmo com incômodo, corumbaenses vão se adaptando ao uso das máscaras

Leonardo Cabral em 09 de Maio de 2020

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Máscaras são recomendadas na prevenção do novo coronavírus; em Corumbá uso é obrigatório em ambientes públicos e estabelecimentos comerciais

Por causa da pandemia de covid-19, as máscaras de proteção facial vão ganhando espaço e formato no dia a dia da população. Nas ruas de Corumbá, boa parte das pessoas vão se adaptando ao uso do acessório, considerado pelos especialistas e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), necessário no combate ao novo coronavírus.

Em Corumbá, o uso passou a ser obrigatório como medida adicional ao distanciamento social e para diminuir as chances de propagação da doença. Até o dia 15 de maio, conforme decreto municipal, a população vai ser orientada sobre a obrigatoriedade. Depois desse prazo, haverá cobrança de multa de quem não usar o acessório em ambientes públicos e estabelecimentos comerciais. 

Na região central, área de maior movimento, grande parte da população está fazendo uso do acessório, como é o caso de Rosilene da Glória Florentino, que estava na companhia das filhas Clara e Marianny.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Com as filhas, Rosilene destaca a importância do uso das máscaras

Rosilene disse que foi até o Centro para pagar as contas, mas que desde o início da pandemia já usava a máscara. “Tive que vir pagar contas aqui no Centro e depois de todos esses dias ‘presas’ em casa, resolvi trazer minhas filhas. O uso da máscara é necessário e já usava antes no meu serviço, agora passando a ser obrigatório, estou mais acostumada. No começo incomoda, mas sabemos que é para o nosso bem”, frisou. Uma das filhas, Clara Cristine, completou falando sobre a dificuldade de se acostumar: “incomoda um pouco, mas para sair de casa depois de ficar todos esses dias, temos que usar, pois é para a minha própria segurança e da minha família”, destacou.

O casal Marcela Aparecida Koyama Julião e Gabriel da Silva, disse que pouco a pouco vai se acostumando e ainda chamou a atenção de que não é apenas o uso da máscara que tem que ser rotineiro. 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Casal falou que também é preciso ficar atento às outras medidas que ajudam a combater a doença

“Tive que vir resolver alguns assuntos no Centro e o Gabriel me acompanhou. Uso a máscara mesmo antes de ela ser obrigatória. Temos que ter a consciência de que é necessário não só usar as máscaras, como também seguir ao pé da letra as recomendações, como a higienização e também evitar aglomerações ”, destacou Marcela ao Diário Corumbaense.

Já o namorado, que ainda tenta se adaptar, reclamou no começo, mas, “entendi que é para o bem não só das pessoas que convivo, como das outras. Fazer o uso ajuda a prevenir. É um pouco difícil se acostumar, mas pouco a pouco vamos nos adaptando”, mencionou o rapaz que ainda lembrou do distanciamento social: “até mesmo nós buscamos manter distância de dois metros um do outro quando necessário”. 

O uso das máscaras foi uma recomendação da OMS e do Ministério da Saúde, ainda no mês de abril, quando a doença começava a se proliferar no país. As máscaras caseiras, confeccionadas em casa ou costureiras, podem ajudar na prevenção contra o novo coronavírus, contudo que os usuários sigam orientações sobre como manter a higienização correta.

Por conta disso, as pessoas passaram a adquirir as máscaras, mas sem deixar a vaidade de lado. No comércio, há todos os tipos, tamanhos e preços de máscaras e as que chamam a atenção são as confeccionadas com estampas.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Usando máscaras "estilosas", mãe e filha dizem que acessório incomoda no início por conta dos óculos

No entanto, com o uso obrigatório, quem faz uso de óculos encontra dificuldade, mas mesmo assim, não deixa de utilizar. “Quando coloquei pela primeira vez, na hora meus óculos ficaram embaçados. Já estava fazendo o uso há algumas semanas, incomoda um pouco, ainda mais quem faz uso de óculos como eu. Mas é uma situação que temos que encarar até mesmo pela fase que estamos enfrentando, porém sem perder a alegria. Ando com um lenço para limpar os óculos e sigo”, disse a jovem Jaqueline Sara Moura ao se referir à máscara com estampa. “A alegria tem que permanecer”, afirmou.

Do lado dela, a mãe Enedina Santos Moura disse que foi ao Centro com a filha porque tinha consulta médica e aproveitou para resolver assuntos pendentes na agência bancária. “Sair de casa, só quando precisar, em caso de necessidade, como hoje, e tem que usar máscaras e seguir todas as recomendações. Proteção sempre. Como fui ao médico, aproveitei para vir ao banco, já que nos últimos dias todos estavam lotados”, concluiu.

Preços

As máscaras podem ser encontradas nas lojas do Centro de Corumbá e também em costureiras nos bairros da cidade. Os preços variam entre R$ 3,50, R$ 5,00 até R$ 10,00, dependendo do tecido e estampa. Porém, há pessoas que se sensibilizam e ao confeccionarem as máscaras, doam para a população sem cobrar nada.

Uma das instituições que colocam à venda as máscaras, ajudando a gerar renda para as responsáveis pela confecção, é o Instituto da Mulher Negra do Pantanal (Imnegra).

A presidente, Ednir de Paulo, explicou que faz parceria com empresas privadas. “Estamos confeccionando desde o dia 02 de abril e já fizemos cerca de 12 mil máscaras. O nosso trabalho é por meio das empresas parceiras. Fazemos as máscaras para elas e desse total 30% deixam aqui, para que possamos comercializar a preço acessível e também distribuir para famílias em situação de vulnerabilidade social, bem como ajudar na geração de uma renda para as costureiras”, explicou Ednir, enfatizando que todos os dias é preciso a reposição das máscaras nas prateleiras. “Aqui temos para todos os tipos, gosto e tamanhos. A procura é bem intensa e todas as máscaras vão acompanhadas com as recomendações necessárias de higienização”, concluiu.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

No Imnegra, máscaras são confeccionadas nos mais diferentes estilos e tamanhos

No grupo de risco, a idosa Adevair Maria, que estava usando máscara, foi até ao instituto comprar mais uma. Ela fez questão de falar que só sai de casa quando realmente é inevitável.

“Todos temos que usar máscara, e como já estou aqui no Centro, para resolver algumas pendências, aproveitei para comprar mais uma. Incomoda um pouco no começo, mas sei que é um incômodo para o meu bem, da minha família e da população. Proteção sempre”, disse dona Adevair a este Diário.

As máscaras

A utilização de máscaras no combate ao novo coronavírus é mais uma forma de proteção. No entanto, elas precisam ser usadas com atenção e responsabilidade. 

O vírus pode ser transmitido via aerossol (suspensão de partículas finíssimas sólidas ou líquidas por meio de um gás ou mesmo nuvem ou ar), gotículas de saliva ou secreção expelidas quando uma pessoa fala, espirra ou tosse, por exemplo, ou mesmo contato com pessoas ou superfícies contaminadas. Por isso, é tão importante a constante higienização das mãos e o evitar-se tocar a boca, nariz e olhos.

O ideal, no entanto, é que as pessoas assintomáticas deem preferência às máscaras caseiras, produzidas em tecido, reservando os equipamentos cirúrgicos aos profissionais da linha de frente do combate à covid-19, a infecção causada pelo novo coronavírus.

O Ministério da Saúde orientou o uso de tecido de algodão, tricoline e TNT, entre outros tecidos, que asseguram uma proteção quando bem desenhadas e higienizadas corretamente.

O essencial é que a máscara seja feita nas medidas corretas, com duas camadas de tecido, cobrindo totalmente a boca e nariz e que esteja bem ajustada ao rosto.

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