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Mandetta diz que avaliação de gestores sobre pandemia deve ser diária

Campo Grande News em 21 de Abril de 2020

Kisie Ainoã/CG News

Ex-ministro Luiz Henrique Mandetta durante visita na Esplanada Ferroviária, em Campo Grande

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que os gestores municipais e estaduais precisam fazer uma avaliação diária sobre o cenário da pandemia, para então decidirem sobre restrições ou liberação de atividades.

“Deve ser uma avaliação diária, se constatar que está mais controlado, mais seguro, libera mais, até porque a economia precisa girar, mas se houver um aumento (casos), segura mais um pouco. Tem que ser dia a dia", explicou.

Ele ressaltou que houve no Brasil um enfrentamento ao vírus, com isolamento de até 80% durante três semanas, mas entende que com o tempo precisa voltar algumas atividades, para a economia funcionar. Por isso defende que as decisões devem sejam tomadas de acordo com os dados.

Segundo ele, uma das formas de  avaliar é levar em conta o “risco de contaminação”, com a capacidade de atendimento das unidades de saúde. “Se conseguirmos este equilíbrio, não iremos ver aquelas cenas que ocorreram na Itália e até em Nova York”.

O ex-ministro alega que o isolamento deu tempo para o Brasil melhorar a estrutura do SUS (Sistema Único de Saúde) em diversas unidades de saúde, para enfrentar o momento mais difícil da crise.

Sobre o pico da doença no Brasil, mencionou que será proporcional aos cuidados da sociedade.  “As pessoas usarem máscaras, transporte público sem aglomeração, assim vai se construindo a imunidade coletiva com equilíbrio”, descreveu.

Futuro

Depois da turbulência que viveu nos últimos meses, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta revelou que vai escrever um livro sobre as perspectivas do futuro após a pandemia do coronavírus e que por enquanto não tem definições sobre seu futuro profissional e político.

“Não decidi nada sobre o futuro, tudo que sair será somente especulação. O que posso adiantar é que vou escrever um livro, mas não se trata de fofoca ou bastidores do Ministério (Saúde) e sim o futuro após coronavírus, a última vez que discutimos quarentena, por exemplo, foi em 1917”, disse.

O ex-ministro foi especulado para assumir cargos em governo estaduais, inclusive em São Paulo, com o governador João Dória, assim como ter um cargo na direção nacional do Democratas, que estaria preparando o cenário político ideal para ele daqui dois anos. Outra possibilidade seria no Conas (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde).

Sobre o cenário político nacional e as últimas ações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-ministro preferiu não comentar ao dizer que o momento não é de gerar polêmicas em torno das atitudes no Palácio do Planalto.

Ele retornou a Campo Grande e negou a intenção de mudar de domicílio eleitoral, disse que além de escrever o livro, vai neste momento para a fazenda ficar com a família. Ele foi demitido do cargo de ministro no dia 16 de abril, após divergências com o presidente Jair Bolsonaro.

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