Fonte: Campo Grande News em 16 de Março de 2020
Divulgação
Reunião nesta segunda-feira em Ponta Porã para criação do Comitê de Fronteira para enfrentar coronavírus
Em entrevista coletiva na manhã de hoje (16) para comunicar a decisão, o ministro do Interior paraguaio, Euclides Acevedo, disse que não se trata de um “toque de recolher”, já que as pessoas têm direito de ir e vir. Entretanto, admitiu que a Polícia Nacional vai atuar para cumprir o código sanitário adotado no país.
Segundo ele, apesar do direito de circulação, todos os cidadãos são obrigados a acatar as medidas sanitárias para garantir a saúde pública. Quem desrespeitar as regras do código sanitário pode ser condenado a até 18 meses de prisão e a pagar multa de 40 milhões de guaranis, em torno de R$ 3.200.
A titular da Direção Geral de Migrações Ángeles Arriola informou também que as restrições proíbem a entrada de estrangeiros que não são residentes no Paraguai. Segundo ela, dos 43 pontos de entrada e saída nas fronteiras paraguaias, apenas 13 continuarão habilitados para trânsito de pessoas.
O maior desafio do governo paraguaio é controlar a fronteira com Mato Grosso do Sul. Nesta segunda-feira há barreira da Polícia Nacional na ligação entre Bella Vista Norte e Bela Vista (MS) para impedir a entrada de sul-mato-grossenses.
Entretanto, entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS), a situação é ainda mais grave, já que os moradores circulam livremente entre as duas cidades para fazer compras, procurar atendimento de saúde, trabalhar e estudar.
Nesta segunda-feira, autoridades de saúde das duas cidades estão reunidas no gabinete do prefeito de Ponta Porã Hélio Peluffo (PSDB) para criar o comitê de fronteira para o enfrentamento ao coronavírus. O objetivo é estabelecer ações conjuntas para cumprir as medidas sanitárias e tentar conter a proliferação dos casos.
No fim de semana circularam fotos em redes sociais de jovens lotando casas noturnas em Ponta Porã, para fugir das medidas sanitárias adotadas em Pedro Juan Caballero. As autoridades de saúde paraguaias veem o caso como alarmante, já que no lado brasileiro ainda não foram adotadas regras para restringir a aglomeração de pessoas.
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