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Mesmo com fronteira seca, chance de coronavírus chegar a Corumbá é maior por brasileiros infectados

Leonardo Cabral em 13 de Março de 2020

Internet

Coronavírus tem os sintomas parecidos com os da gripe

Mesmo com casos confirmados de coronavírus no Brasil, em sua maioria na região Sudeste, e na Bolívia, Corumbá, que fica na faixa de fronteira com o país andino, tem mais chances de propagação da doença através de pessoas diagnosticadas em São Paulo. É o que acredita o médico infectologista da Secretaria Municipal de Saúde, Hilton Luiz Alves Filho.

Em entrevista ao Diário Corumbaense, o médico explicou que o Brasil tem três estados que já apresentam a circulação viral da doença, ou seja, transmissão local.

“Em São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, temos pessoas diagnosticadas com Covid-19, porém, ressalto que o vírus não veio importado, alguém infectado passou para outra pessoa. Se sabe que essa transmissão local está restrita ainda. Todos os pacientes  infectados têm vínculo com caso importado,  o que não configura circulação viral na comunidade. No entanto, com os casos confirmados, levando em consideração a experiência recente de outros países, que já chegaram a 80 casos, nos leva a crer que o vírus vai passar a ser de transmissão comunitária, pela dificuldade que temos de barrar um vírus com transmissão respiratória, que é o caso do coronavírus, que se assemelha com  H1N1, influenza entre outras doenças”, falou Hilton.

Já em relação à Bolívia, que até esta quinta-feira, tinha três casos confirmados da doença e cinco sob suspeita, Hilton Luiz disse  que apesar da condição vivenciada naquele país, a situação pode ser considerada ainda tranquila para a região de Corumbá. 

“A Bolívia ainda é um país que tem casos importados, não tem confirmação de casos de transmissão local, o que nos deixa tranquilos em relação a essa movimentação de paciente. Porém, é uma situação que pode mudar a qualquer momento. Então, considero que é mais arriscado talvez, no sentido epidemiológico, de pessoas se infectarem em São Paulo e se desloquem para passear ou pescar aqui em Corumbá, que é o mais comum, se utilizando de avião, ônibus, ou qualquer meio de transporte. Tudo isso é por São Paulo ser local de transmissão local restrita e não comunitária. O Sudeste concentra o maior número de casos confirmados e suspeitos no Brasil”, lembrou o médico infectologista.

Ele ainda mencionou que o coronavírus é uma doença que gera síndrome respiratória na maior parte das vezes. 90% das pessoas que contraírem o vírus terão quadro de resfriado, o que equivale a sintomas respiratórios brandos, como tosse, dor de garganta. Já a outra parcela poderá apresentar quadro gripal, com febre, dor na garganta, tosse, espirros, generalizando uma síndrome gripal. Crianças, jovens e adolescentes, em  85% dos casos, não terão sintomas ou se apresentarem, será como se fosse uma virose.

A doença atinge mais idosos e pessoas acima de 45 anos, com quadro de doenças crônicas, como cardíacas, renais, tabagistas, entre outras, que se encaixam no grupo de risco, porém parecido como gripe comum, podendo evoluir e levar a óbito. A gravidade da doença é baixa, o grau de complicação é baixo.

“Por isso, a prevenção é fundamental. Para evitar qualquer tipo de contágio é preciso que pessoas doentes tenham a consciência de não viajar, pois podem estar transmitindo o vírus durante todo o trajeto. Ainda não existe nada formalizado, a nível do Ministério da Saúde, para que medidas, como fechamento de fronteiras, sejam tomadas, o que tem que ter é a vigilância em pessoas doentes e qualquer tipo de sintomas devem procurar atendimento medico”, pediu Hilton.

Para evitar contaminação, as autoridades em Saúde recomendam cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos com água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas. Não compartilhar copo, talheres e canudos.

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