Fonte: Campo Grande News em 19 de Janeiro de 2020
O ministro do interior no Paraguai, Euclides Acevedo, disse nesta manhã (19) “que a maioria dos presos escaparam pelo portão principal e não pelo túnel”. Na madrugada deste domingo, 75 presos do PCC (Primeiro Comando da Capital) fugiram do Presídio de Pedro Juan Caballero, onde escavaram túnel em uma das celas do pavilhão B na Penitenciária.
As informações foram repassadas pelo secretário de segurança de Ponta Porã, Marcelino Nunes de Oliveira. Ainda conforme as declarações do ministro, “houve a liberação dos presos” e o túnel escavado foi utilizado apenas para “legitimar a liberação” dos presos.
A polícia ainda investiga a saída de outros internos do presídio ao longo da semana passada. Segundo o ministro, deixaram o presídio “metade dos presos”. “Isso parece um acordo entre os que estão dentro com os que estão fora”, disse. “Uns 15 saíram uns dias antes”, alega.
Na BR-463, em Sanga Puitã, distrito de Ponta Porã, a polícia encontrou três caminhonetes incendiadas, que acredita terem sido utilizadas para a fuga.
“A preocupação é grande, porque já vivemos em um clima violento naquela região. São cidades com alto índice de homicídios em 2019”, comenta o secretário sobre a realidade na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Os dirigentes da Penitenciária já foram destituídos do cargo pela ministra da Justiça do Paraguai Cecilia Pérez, como medida preliminar de investigação. Ela declarou, nesta manhã, que é "categórico" que houve corrupção para permitir a fuga dos presos.
Cecilia Pérez já havia declarado que as autoridades detectaram um plano de fuga de presos membros do PCC. Segundo as investigações, a organização oferecia cerca de 80 mil dólares para carcereiros ou policiais que facilitassem a fuga.
Segundo dados do governo paraguaio, cerca de 600 detentos integram as duas das maiores organizações criminosas brasileiras, PCC e Comando Vermelho.
Em setembro do ano passado, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, demitiu o ministro da Justiça, Julio Rios, e o comandante da Polícia Nacional, Walter Vázquez, após a fuga do narcotraficante Teófilo Samudio, o Samura, líder da facção carioca Comando Vermelho, rival do PCC. Na época, dois agentes penitenciários foram presos por facilitarem a fuga.
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