Leonardo Cabral em 12 de Novembro de 2019
Reuters/Carlos Garcia Rawlins
A senadora boliviana Jeanine Añez após se autoproclamar presidente interina, em La Paz
"Prometo tomar todas as medidas necessárias para pacificar o país", disse Jeanine Añez que é representante da oposição, no meio do apoio de sua bancada e de outros legisladores, depois de duas tentativas fracassadas de sessões nas Câmaras Alta e Baixa, por falta de quórum.
A decisão surge no meio de uma jornada de três semanas de protestos que tiveram início contra fraudes nas eleições gerais de 20 de outubro, levando a uma revolta social que dura até agora em todo o território do país andino.
“O povo boliviano está testemunhando que fizemos todos os esforços necessários para canalizar a presença dos membros da assembleia das três forças políticas, no entanto, os parlamentares do MAS (partido de Morales) não estavam presentes, expressaram publicamente sua decisão de não participar e todos sabemos que o presidente e o vice-presidente apresentaram sua renúncia, deixando o país, refugiando-se em asilo no México, o que constitui um abandono de suas funções”, disse a nova presidente que se auto declarou como chefe do Estado.
Ao Diário Corumbaense, a presidente do Comitê Cívico Feminino de Puerto Quijarro, Rosário Hurtado de Gallardo, disse que o momento é de felicidade para o povo boliviano, ainda mais tendo no poder uma mulher.
“Estamos felizes e esperamos que ela possa honrar o povo boliviano. Foram dias de luta até chegarmos a esse momento e esperamos sim, que a Bolívia possa seguir no caminho certo. Por isso não desistimos, queremos democracia”, falou Rosário Hurtado.
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A fronteira das cidades de Arroyo Concepción, Puerto Quijarro e Puerto Suáre, com Corumbá ficou fechada por 21 dias.
Jeanine Añez
A sucessão constitucional já indicava que a senadora Jeanine Añez, dos Democratas, poderia assumir o Governo da Bolívia. Ela nasceu em Trinidad, Beni, em 13 de junho de 1967. Entra para a história como a segunda mulher que assume interinamente a presidência da Bolívia.
Em 2010, foi eleita senadora da Bolívia pelo partido Plan Progreso. Na última eleição (2015), ela disputou pelos Democratas. Entre 2006 e 2008, atuou como membro da Assembleia Constituinte na elaboração da nova carta constitucional.
O mandato temporário tem como finalidade garantir a institucionalidade do Estado e proceder imediatamente a reorganização do Corpo Eleitoral Plurinacional, para que sejam convocadas novas eleições gerais e a transferência de comando seja realizada em 22 de janeiro de 2020.
Com informações do jornal El Deber.
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