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Após 21 dias de protesto, fronteira da Bolívia com Corumbá é desbloqueada

Rosana Nunes em 13 de Novembro de 2019

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Fronteira com Corumbá reaberta esta manhã após 21 dias de bloqueio

A fronteira da Bolívia com Corumbá reabriu hoje, depois de 21 dias de fechamento para o tráfego de veículos. O bloqueio começou no dia 23 de outubro, em adesão à greve geral convocada pelo Comitê Cívico de Santa Cruz de la Sierra após a eleição presidencial do dia 20 do mesmo mês, quando o então presidente Evo Morales foi anunciado como vencedor, no primeiro turno, para o quarto mandato. 

Com denúncias de fraude no sistema de apuração, o que foi confirmado depois pela auditoria da OEA (Organização dos Estados Americanos), lideranças contrárias a Evo, bloquearam estradas, ferrovias e fecharam a fronteira das cidades de Arroyo Concepción, Puerto Quijarro e Puerto Suárez com Corumbá. 

Apenas pedestres e ambulâncias em casos de emergência podiam circular pela faixa fronteiriça. O bloqueio gerou consequências não só para a Bolívia, mas também para a economia de Corumbá. Cálculos da Associação Comercial e Industrial revelaram que o setor deixou de faturar cerca de R$ 300 mil por dia. Hoje, os bolivianos são os principais clientes nos setores de vestuário, calçados e de alimentos. 

Nesta manhã, a movimentação maior na fronteira é de caminhões que transportam diversos tipos de cargas e de brasileiros que estudam e trabalham no lado boliviano.

Renúncia

A grave crise política no país vizinho levou o ex-presidente Evo Morales a renunciar e a pedir asilo no México, onde chegou ontem (12). O vice dele, Álvaro García Linera, a senadora Adriana Salvatierra e o deputado Víctor Borda, nomes na sucessão que deveriam ocupar o cargo de chefe do Estado Boliviano, também renunciaram. 

Com isso, a senadora Jeanine Añez, a próxima na linha sucessória, se autodeclarou presidente interina em uma sessão legislativa especial da Assembleia boliviana. Ela disse que tinha o direito legal de assumir o cargo, apesar de pouco antes a Assembleia não ter conseguido reunir quórum para a sessão devido a ausência de parlamentares do MAS, partido de Evo Morales.

O mandato temporário tem como finalidade garantir a institucionalidade do Estado e proceder imediatamente a reorganização do Corpo Eleitoral Plurinacional, para que sejam convocadas novas eleições gerais e a transferência de comando seja realizada em 22 de janeiro de 2020.

O governo brasileiro reconheceu a senadora Jeanine Añez como nova presidente da Bolívia. Em publicação no Twitter, o Ministério das Relações Exteriores saudou a determinação de Jeanine em trabalhar pela realização de novas eleições e diz que quer aprofundar a “fraterna amizade” entre Brasil e Bolívia.

“O governo brasileiro congratula a senadora Jeanine Añez por assumir constitucionalmente a Presidência da Bolívia e saúda sua determinação de trabalhar pela pacificação do país e pela pronta realização de eleições gerais. O Brasil deseja aprofundar a fraterna amizade com a Bolívia”, diz a publicação. Com informações da Agência Brasil. 

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