Campo Grande News em 27 de Setembro de 2019
Os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho têm contra eles mandados de prisão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Os dois foram presos, segundo o delegado Fábio Peró, titular do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), em condomínio de luxo no Jardim São Bento, onde moram.
Além do Garras, policiais do Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) estão nas ruas de Campo Grande nesta sexta-feira (27) para cumprir mandados na operação Omertà, desencadeada como consequência de investigação sobre a formação de milícia. A força-tarefa tem “muitos outros alvos”, segundo Peró, que não deu mais detalhes.
Name, empresário conhecido da Capital e pai do deputado estadual Jamilson Name, é apontado como o chefe da milícia responsável por série de execuções em Campo Grande, desde 2018. Na casa dele e do filho também são cumpridos mandados de busca e apreensão.
A defesa de Jamil Name afirmou que ainda não obteve cópia da decisão judicial que determinou a prisão dele e do filho. “Por ora estão a cumprir busca e apreensão. A defesa já requereu e está no aguardo de cópia de tudo, para melhor se posicionar. Não receber uma cópia da decisão no ato em que autoridades entram em sua residência já revela uma grave ilegalidade, típica dos tempos estranhos em que vivemos”, afirma o advogado André Borges, que compartilha a defesa do empresário com Renê Siufi.
Milícia
A investigação é consequência da prisão do guarda municipal Marcelo Rios no dia 19 de maio. Segundo a Garras, ele mantinha arsenal formado por dois fuzis AK-47, quatro calibre .556, uma espingarda calibre 12, 17 pistolas, um revólver e várias munições, além de silenciadores, lunetas e bloqueadores de sinal de tornozeleiras eletrônicas em uma casa na Rua José Luiz Pereira, no Jardim Monte Líbano.
Além de Rios, outros dois guardas municipais e um segurança do empresário foram denunciados pelo Gaeco por obstruir investigação e integrar grupo de extermínio responsável por três execuções na Capital. O processo tramita em sigilo na 3º Vara Criminal de Campo Grande.
Operação
Ao todo, são 23 ordens de prisões: sendo 13 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de prisão temporária em Campo Grande. A força-tarefa ainda cumpre 21 mandados de busca e apreensão. Os crimes investigados são organização criminosa atuante na prática dos crimes de homicídio, milícia armada, corrupção ativa e passiva. A operação é realizada pelo Gaeco, força-tarefa da Polícia Civil que investiga as execuções na Capital, Garras, Batalhão de Choque e Bope.
Nome da operação, Omertà é um código de honra da máfia italiana, que faz voto de silêncio.
07/12/2019 Juiz determina volta de Jamil Name a Mato Grosso do Sul
29/10/2019 Jamil Name Filho é transferido para Mossoró durante a madrugada
14/10/2019 Milícia: Jamil Name, filho e dois policiais civis aguardam transferência para Mossoró
13/10/2019 Milícia: empresários e dois policiais são transferidos para presídio federal
03/10/2019 “Estamos mexendo com pessoas sem escrúpulos”, diz Reinaldo sobre milícia
30/09/2019 Omertà: Jamil Name agora precisa se livrar de duas prisões preventivas
29/09/2019 De líderes a pistoleiros: investigação traz 4 núcleos em grupo de extermínio
28/09/2019 Investigação afirma que milícia planejou "maior matança da história de MS"
27/09/2019 Operação mostra tentáculos de milícia em quase todas as forças policiais
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.