Silvio Andrade, da Assecom do Governo de MS em 11 de Setembro de 2019
Saul Schramm/Governo do Estado
Governo montou Sala de Situação Integrada na Coordenadoria de Defesa Civil do Estado para monitorar os incêndios
Mais de 1 milhão de hectares já foram destruídos pelo fogo este ano, segundo levantamento do Ibama (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e as previsões de manutenção de um ambiente de alto risco em função da estiagem prolongada e baixa umidade levaram o Governo do Estado a tomar a medida extrema.
A decretação da situação de emergência foi comunicada pelo secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), nesta quarta-feira, após se reunir com o governador Reinaldo Azambuja.
“Foi tomada uma decisão técnica, em razão de uma situação crítica, onde o número de focos, que vinha se mantendo dentro de uma média, sofreu uma alteração drástica nos últimos dias e o fogo se expandiu, com impactos diretos no meio ambiente, na saúde da população e na produção”, explicou Verruck.
Apoio do Exército
O secretário informou que, além desta medida, o Governo do Estado monitora os focos de calor, com sobrevoos nas áreas mais críticas, enquanto o Corpo de Bombeiros está em alerta máximo e montou uma escala operacional de combate ao fogo, envolvendo 56 militares de folga e do setor administrativo, além dos 200 homens já em operação.
Com o decreto, segundo o secretário, o Governo do Estado busca apoio junto ao Ministério da Integração Regional e ao Exército em infraestrutura para aumentar as ações de combate aos incêndios florestais, como a disponibilidade de aeronaves e brigadistas.
“A situação tende a piorar, com a onda de calor e a baixa umidade, e a população precisa ficar alertar, não queimar, e denunciar imediatamente aos órgãos competentes, como a Polícia Ambiental e o Corpo de Bombeiros, algum foco de calor para uma ação simultânea de combate”, alertou o secretário.
Verruck adiantou, na Sala de Situação Integrada, instalada desde agosto na Cedec (Coordenadoria de Defesa Civil do Estado), que o Estado solicitou também apoio operacional das entidades ligadas ao agronegócio e ao setor de celulose, os quais contam com estrutura de combate ao fogo.
Fogo criminoso
O presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS), Maurício Sato, destacou as ações do Governo do Estado pela decretação de situação de emergência e pelo trabalho de prevenção que está sendo realizado com a coordenação da Defesa Civil.
“Existe um prognóstico climático desfavorável e o monitoramento do Estado é fundamental”, disse o dirigente rural, acrescentando que a ausência de chuvas e a onda de calor de alto risco devem influenciar no atraso do plantio da próxima safra de soja.
Conforme levantamentos da Defesa Civil do Estado, o volume de focos de calor aumentou em 300% nos últimos três meses e o mês de setembro já supera as médias históricas, gerando um ambiente de alta combustão e crítico, com o registro de 397 pontos de fogo nas últimas 48 horas, a maioria no Pantanal.
“Mais de 90% são queimadas criminosas”, apontou o secretário Jaime Verruck, lembrando que desde 2014 vigora uma resolução conjunta do Estado com o Ibama, que proíbe a queima controlada em Mato Grosso do Sul, de 1º de agosto a 30 de setembro, estendendo-se até 31 de outubro na região do Pantanal.
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