Fogo na região de Porto Morrinho preocupa famílias que vivem perto da ponte sobre o rio Paraguai

Moradora em uma comunidade com 17 famílias, próximo a ponte sobre o rio Paraguai, no Porto Morrinho, distante cerca de 70 km de Corumbá, Vanessa Teixeira da Silva, de 31 anos, está preocupada com o avanço do fogo, que consome há uma semana a vegetação daquela região. 

Ela mora com o marido, filha, avós e sogros, todos com medo de as chamas chegarem até a comunidade. "Estamos com medo de não conseguirem apagar esse incêndio, a mata está muito seca. Esses dias o vento estava levando o fogo para lá, mas hoje mudou e vem na nossa direção. Temos receio de o fogo se alastrar rápido e chegar próximo às nossas casas e como em tudo dependemos de bomba, fica difícil de apagar se chegar aqui", contou ao Diário Corumbaense.

700 mil hectares 

No ano, Corumbá lidera o número de queimadas nas cidades brasileiras com 2.451 focos, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O município possui uma área em torno de 65 mil km², 45% estão no Pantanal sul-mato-grossense. Os seis primeiros meses de 2024 foram os piores de toda a série histórica registrada pelo Inpe.

Mais de 700 mil hectares foram consumidos pelo fogo neste ano no bioma, que abrange os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, de acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ (LASA). 

Bombeiros, brigadistas do Prevfogo do Ibama e homens da Força Nacional estão distribuídos em diversas regiões combatendo e monitorando os focos de incêndios, com apoio aéreo. No fim de semana, a frente fria que passou pelo MS, deu um alento ao trabalho, mas a volta das altas temperaturas e os ventos, dificultam as frentes de combate. 

Um exemplo ocorreu ontem (1º), com incêndio na região de Maracangalha, a 01h30 de barco rio Paraguai acima a partir de Corumbá. Pela manhã, essa área não estava com incêndios, mas à tarde, os focos se espalharam em grandes proporções.