Leonardo Cabral em 15 de Janeiro de 2024
Foto enviada do Diário Corumbaense
Por meio da tatuagem, professora busca lembrar-se do tempo que conviveu com dona Betty
Ao Diário Corumbaense, Mayara falou que encontrou na tatuagem o jeito de todo dia sentir a presença de dona Betty, a quem se refere como amiga, companheira e principalmente, mãe.
“Fiz pra ela, pois quando era mais nova, falava que, quando ela morresse, eu ia mandar ‘empalhar’ ela e deixar na minha sala, pra que eu sempre a visse. A gente ria muito disso. Acredito que muita gente pensa em como ficar com uma pessoa que quer ter pra sempre do lado, e aí tem umas viagens dessas. Por isso, fiz a tatuagem, como forma de tê-la aqui sempre comigo, lembrando as lindas histórias que vivemos juntas”, disse emocionada.
Mayara ressalta que o carinho pela avó era imenso, pois cresceu ao lado dela. “Minha irmã Yamara e eu, as mais velhas, crescemos na casa dela. Quando mamãe saía de cena para ir trabalhar, era ela quem entrava. Dormia com a mão no pescoço dela toda noite, e, assim, foi por muitos anos, até que passamos a morar com ela em definitivo. Minha mãe mudou de cidade e a gente não quis ir. Desde então, caminhamos juntas em várias fases da vida, sempre parceiras, uma ajudando a outra”, contou.
“Ela tinha um bar, em frente ao Muro Quebrado, todo mundo gostava dela. Conversava, fez grandes amigos nesse tempo. E a gente lá com ela, dormíamos embaixo da mesa, pois não deixava a gente ficar em casa sozinhas, eu e minha irmã, ou no fusca, mas sempre juntas”, completou.
Foi exemplo também na sala de aula
Mayara é a neta mais velha. Dos 5 filhos que a avó teve, três homens e duas mulheres, só a mãe dela teve filhos, três meninas. Com todos esses anos juntas, a avó virou exemplo e a professora procurou levar essas histórias para a sala de aula, como inspiração para os alunos.
“Minha avó foi uma mulher simples. Sempre uso a história dela como um exemplo para os meus alunos que não querem nada com nada. Ela, quando nova, não tinha muitas condições, cozinhava em lata de banha, tinha uma realidade bem difícil. Criou meus tios e minha mãe com muito trabalho, e sempre os colocou para estudar. Dessa maneira, conseguiu mudar a realidade da família, com muito trabalho e sempre no caminho dos estudos, sabendo que as coisas não eram fáceis. Sempre busco contar para meus alunos essas histórias, como forma de incentivo”, frisou.
Foto enviada ao Diário Corumbaense Mayara, o filho e a avó, que se foi no início de janeiro
“Não que ela não gostasse, ela até achava bonito, mas não muitas, do jeito que eu tenho. Sempre que me via, achava que estava com mais uma, só que na verdade eram as antigas mesmo. Agora que fiz uma nova, ela não está aqui para falar dessa, que é especial e uma lembrança linda que sempre vou ter ao meu lado, ainda mais agora, que sou mãe e meu filho teve o privilégio de conviver com a bisavó dele, de saber quem ela era em vida. Uma felicidade e lembrança que serão eternizadas. Se tem uma coisa que a gente juntou, foram histórias, já que, nos 80 anos que ela esteve aqui, 37 anos foram ao meu lado. Só tenho histórias boas e felizes com vovó. A única triste, é a dela ter ido embora para sempre, mas seguirá ao meu lado e do meu filho, com certeza”, finalizou a professora.
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