Leonardo Cabral em 29 de Junho de 2022
Arquivo pessoal Elias largou a profissão de cinegrafista e resolveu inovar com ousadia em cervejaria sobre rodas
Não existe um limite de idade para empreender, mas os números mostram que os jovens acabam saindo na frente. Segundo dados do Plano de Desenvolvimento Econômico – PDE, do Cidade Empreendedora, programa coordenado pelo Sebrae e que Corumbá integra, de 4.715 micro empreendedores individuaus, 32% são pessoas que têm entre 31 e 40 anos.
Fazendo parte desse público, está Elias Bithencourt Fernandes de Almeida, de 33 anos, que resolveu deixar de lado a área audiovisual, onde por muitos anos atuou como cinegrafista, para fazer valer a vontade de “dirigir o próprio negócio” apostando na ideia de trazer para Corumbá a Kombier- Cervejaria, a venda móvel de chopp artesanal, realizada em um clássico Volkswagen Kombi.
“Quando montei a Kombier não foi porque queria mais uma renda extra não, mas sim porque queria deixar o audiovisual. A maior parte dos trabalhos estava ligado ao meio político e eu já não me sentia mais à vontade de estar ali fazendo imagens, mesmo com o cenário maravilhoso que temos em Corumbá”, contou Elias ao Diário Corumbaense.
A vontade de “seguir por outro caminho” amadureceu e a aposta em uma choperia móvel contou com o apoio da esposa, Michelle Ferreira Vilela Bithencourt, também de 33 anos, que mesmo não abandonando o emprego se tornou fundamental para o projeto sair do papel. “Ela me ajuda nas vendas, mas continua no emprego dela e isso só acrescenta”, pontuou.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense Meta era estar onde há movimento e, assim, surgiu o negócio sobre rodas
“A minha vontade era essa, de trabalhar com a venda de bebida ou comida dessa forma, de uma maneira prática, além de oferecer às pessoas a oportunidade de degustar uma bebida bem gelada e de qualidade, com comodidade, onde quer que elas estejam”, explicou.
Mesmo enfrentando problemas no período de um ano de atividade, aos poucos, à medida que o empreendedor vai “ganhando rodagem” a ideia vai sendo aperfeiçoada e o sonho vai cada vez mais ganhando corpo e enchendo copos por onde passa.
“Aprendi que você ganha reduzindo o seu custo e não vendendo a um preço elevado. O meu produto é Premium, ou seja, tem uma qualidade maior, assim como o preço, porém, tento enxugar o máximo possível o custo para poder oferecer o produto a um preço justo. Conto com a ajuda da minha esposa e a ausência da despesa que teria com o aluguel de um ponto fixo, garante o meu retorno”, analisou Elias, que por hora, vê como único entrave a questão logística do produto, devido aos altos valores pagos pelo frete.
A Kombi que deu certo e o negócio que ganha forma
A compra da Kombi e a estruturação foi o passo seguinte à concepção do projeto que se tornaria a principal fonte de renda da família.
“Depois de comprar o veículo, que não é antigo, mas sim, retrô, fizemos uma transformação e aos poucos a ideia foi ganhando forma. Compramos as chopeiras e já com quase tudo pronto, providenciamos todas as licenças. Materiais e mesas bistrôs, para acomodar confortavelmente os clientes foram adquiridos e só então, seguindo todas as recomendações para a comercialização, iniciamos o projeto”, lembrou Elias.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense A Kombier Choperia já caiu no gosto dos clientes, disse Elias
“Fiquei um tempão com a Kombi guardada, mas depois da espera, com o retorno gradativo do comércio, começamos as vendas e hoje já estamos no gosto dos corumbaenses, ladarenses e até mesmo os bolivianos”, disse Elias que já planeja expandir o negócio.
“Após um ano nas ruas estou montando um espaço físico diferenciado. Vamos ter um contêiner com choperia, com espeto e mais para frente, temos a ideia de implantar um Food Park no mesmo local”, concluiu o empreendedor.
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