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O fim aguardado de um ano inusitado

Coluna Coisas da Língua, com Rosangela Villa(*) em 19 de Dezembro de 2020

Caros leitores

Faltam poucos dias para enterrarmos de vez este triste ano, que causou muita dor e sofrimento a centenas de milhares de famílias. 2020 será para sempre lembrado como o ano da pandemia do novo coronavírus. O contexto nos pegou desprevenidos e nos impactou, era um cenário em que tudo estava por fazer, desde mapear a sequência do DNA do vírus até identificar as diferentes formas de manifestação da doença e de tratamento.

O vírus era um completo desconhecido no nosso meio, e estávamos às cegas e inseguros. Mas felizmente a vacina  está a caminho, e logo voltaremos a conviver com mais confiança. Foram muitos os episódios que nos marcaram nos últimos meses, cheios de angústias e incertezas, mas também de alegrias pelas curas, recuperações e gratidão profunda ao Deus que cuida de nós.

Rezamos mais neste ano, nos ajoelhamos mais para pedir e agradecer, estivemos mais atentos à dor do outro, mais preocupados com a nossa saúde e com a do nosso irmão de caminhada nesta experiência chamada vida. Os fatos vivenciados nos tornaram pessoas melhores, mais tolerantes e sensíveis, mais compreensivas e resilientes.

saldo disso tudo é que nunca mais seremos os mesmos de antes da pandemia, reconhecemos nossas limitações, não temos vergonha de dizer que sentimos medo, e nos tornamos mais confiantes na ciência e nos cientistas, e, acima de tudo, com mais fé em Deus.

Amigos leitores, o ano de 2021 se aproxima, que possamos continuar na luta para vencermos o inimigo comum. Tomo emprestadas as palavras da canção Novo Tempo, de Ivan Lins e Vitor Martins (Disponível em https://www.letras.mus.br/ivan-lins/46444/), que representou nosso sentimento e esperança em um outro momento crítico da história do país,  para que possamos nos lembrar que é hora de seguir em frente com outra mentalidade e com responsabilidade nos cuidados individuais, com o próximo e com o ambiente, pois fomos os escolhidos para continuar vivendo.

Àqueles que se recuperaram e ganharam uma nova oportunidade de viver, as palavras da composição tocam ainda mais profundamente, sobretudo estas “No novo tempo, apesar dos castigos,/ Estamos crescidos,  estamos atentos, estamos mais vivos/ Pra nos socorrer”. Caríssimos, chegamos ao aguardado fim de 2020, atravessamos o rio caudaloso, nos encontramos todos do outro lado, familiares e amigos, muitos com sequelas da doença, mas vivos!

Contudo, esperamos que não seja somente o virar a página do calendário, mas o recomeço sincero de uma nova vida a serviço do próximo. Às famílias que tiveram entes queridos contaminados ofereço a minha solidariedade e compartilho dessa angústia, pois tive uma sobrinha, um irmão e uma irmã que contraíram a Covid-19, mas que pela vitória da fé no nosso Deus todo poderoso, e do bom atendimento da equipe de saúde, os três sobreviveram, e seguem a vida com um novo olhar. Àqueles que partiram no transcorrer da luta, que estejam em paz no descanso eterno.

À equipe do Diário Corumbaense, que partilhou histórias tristes e alegres, sempre com a responsabilidade de um jornalismo sério, sem aumentar, sem distorcer, mesmo estando no epicentro da notícia, meus agradecimentos por mais um ano de parceria. À todos, o meu fraternal abraço, um Natal de paz e um 2021 com saúde e mais amor.

(*) Rosangela Villa da Silva, Profa. Titular da UFMS, Mestre e Dra. em Linguística pela UNESP, com Pós-Doutorado em Sociolinguística pela Universidade de Coimbra/Portugal.