Coluna Coisas da Língua, com Rosangela Villa(*) em 09 de Maio de 2020
Olavo Bilac já dizia: “A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo.” Assim, podemos afirmar que a maior herança que os portugueses nos deixaram foi esta bela, doce e diversificada língua.
No dia 5 de maio, comemoramos o Dia mundial da língua portuguesa, a data foi oficializada no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP, isto é, por nove países da comunidade lusófona, com a finalidade de estimular o sentido de comunidade e de pluralismo dos 280 milhões de falantes do português no mundo, e reconhecida pela Unesco. Exemplo disso foi o Acordo Ortográfico que entrou em vigor em 2016! Viva!!
Língua Portuguesa
Olavo Bilac
Última flor do lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Os versos acima foram extraídos do livro “Poesias”, Livraria Francisco Alves – Rio de Janeiro, 1964, p. 262.
Disponível em: http://www.releituras.com/olavobilac_lingua.asp.
(*) Rosangela Villa é professora associada da UFMS e colaboradora do Diário Corumbaense.