Nelson Urt em 21 de Setembro de 2019
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Cemitério Santa Cruz fica na rua Dom Aquino, área central da cidade
As pesquisas indicam que Corumbá acompanhava a tendência da arquitetura usada na Europa e aplicava em suas construções, entre outros, o celebrado estilo Art Nouveau, movimento artístico e arquitetônico europeu, iniciado ao final do século XIX, em um período conhecido na França como Belle Époque. Isso ajuda a desconstruir o mito do isolamento que virou senso comum até entre doutores e especialistas, permanecendo nos dias atuais.
“Como Corumbá vivia isolada se acompanhava a tendência arquitetônica da Europa?”, questiona a socióloga Wanessa Rodrigues. “Como vivemos em um isolamento geográfico se estamos no centro do continente, se aqui é passagem para tudo, se temos rodovia, hidrovia e ferrovia que nos liga a diferentes regiões?”
Diz o professor Marco Aurélio Machado de Oliveira na apresentação do seu projeto: “Corumbá é uma cidade privilegiada quanto à preservação de parte considerável de seu conjunto arquitetônico e artístico expressos em seus prédios residenciais e comerciais, além dos jazigos tumulares localizados no Cemitério Santa Cruz. Contar essa história de Corumbá por esse prisma poderá revelar o quanto é insustentável o pensamento corrente de que se trata de uma cidade historicamente isolada. Da mesma forma, poderá servir como base para a Fundação de Cultura iniciar processo de Tombamento do Cemitério Santa Cruz, enquanto patrimônio cultural do município”.
O objetivo específico traçado pelo professor visa realizar incursões aos locais pesquisados com alunos do ensino médio da rede pública de ensino. Como objetivo geral, “elaborar e publicar livro sobre a história de Corumbá a partir dos vestígios materiais e edificações encontrados no Cemitério Santa Cruz e prédios do Centro da cidade, no período de 1880 a 1920, denotando representações de grupos sociais e intensas atualizações de movimentos artísticos e arquitetônicos que ocorriam na Europa”, notadamente o estilo Art Nouveau. Dois exemplares do livro serão destinados às bibliotecas das escolas da rede pública.
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