Rosana Nunes em 30 de Junho de 2023
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense
Operação que culminou na prisão de nove políticos em 2018
De acordo com os autos, o então prefeito pagava cerca de R$ 3 mil para os 7 vereadores denunciados, que ainda tinham o direito de indicar pessoas para ocupar cargos na administração pública em troca de apoio e votação favorável na Câmara Municipal. Os ex-parlamentares, que na época foram presos junto com Carlos Ruso e Helder Naulle, são: Augusto de Campos (Gugu), Lilia Maria de Moraes, Paulo Rogério Feliciano Barbosa, Osvalmir Nunes da Silva (Baguá), André Franco Caffaro (Dedé), Agnaldo dos Santos Silva Junior (Magrela) e Vagner Gonçalves
Na sentença, divulgada nesta sexta-feira (30) pela assessoria de imprensa do Ministério Público Estadual, o juiz Idail De Toni Filho fixou uma pena de 9 (nove) anos e 10 (dez) meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, para o ex-prefeito. Os demais réus foram sentenciados a uma pena que, se somadas, ultrapassam os 60 anos de reclusão. Variam de 6 anos e 6 meses a 11 anos e 6 meses, em alguns casos com regime inicial semiaberto. Todos podem recorrer em liberdade. A Justiça determinou, ainda, a perda dos cargos públicos e mandatos eletivos exercidos pelos réus.
A reportagem tentou contato com os sentenciados, mas não conseguiu localizá-los até a publicação desta matéria.
O caso
As prisões foram resultado de investigação iniciada pela Promotoria do Patrimônio Público de Corumbá que recebeu denúncia da existência do pagamento de "mensalinho" para que os ex-parlamentares garantissem apoio político ao então prefeito. Os acusados de participar do "conluio", teriam até mesmo barrado uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que averiguava denúncias de irregularidades na Saúde.
Dos onze vereadores ladarenses em 2018, apenas quatro não foram investigados pelo Gaeco. Três deles, Fábio Peixoto; Jonil Júnior Gomes Barcelos e Daniel Benzi colaboraram diretamente para que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e o Ministério Público levantassem provas sobre o pagamento de mensalinho.
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense
Momento da saída dos políticos presos da delegacia de Ladário em 2018
O então vice-prefeito Iranil Soares (PSDB) foi empossado no lugar de Ruso, junto com os sete suplentes dos então parlamentares presos.
Outra operação
Em 2019, o Gaeco e a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Corumbá, deflagrou a operação Terra Branca II, para dar cumprimento a 4 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão de organização criminosa que atuou na Secretaria de Assistência Social de Ladário, no período de janeiro de 2017 a outubro de 2018, também na gestão de Carlos Ruso.
A principal investigada foi a ex-secretária de Assistência Social e ex-secretária de Administração, Andressa dos Anjos Paraquett, condenada agora no caso mensalinho. Apontada como "super secretária" da gestão de Carlos Ruso, ela tinha ido embora para o Rio de Janeiro na época da decretação da prisão.
Com informações da assessoria de comunicação do Ministério Público/MS.
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