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Campo Grande: mãe que acorrentava o filho diz ter medo de perdê-lo

Midiamax em 01 de Novembro de 2011

Eremita Souza da Costa, de 30 anos, foi presa por acorrentar o filho de 12, na própria residência, no bairro Guanandi, em Campo Grande, na tarde de segunda-feira (31). A mulher contou que acorrentou a criança na cadeira por ela ter o costume de fugir. Ela disse que o acorrentava esporadicamente, mas o motivo deste dia foi evitar que ele brincasse com pipa, pois ele queria fazer cerol.

O menino ficou acorrentado pelos tornozelos sentado numa cadeira de fio assistindo filme e, enquanto ela limpava a casa, ele ficou na varanda. Os vizinhos viram a cena e chamaram a polícia. A mulher vai ser indiciada por maus tratos. Se condenada, pode pegar de dois meses a um ano de prisão. Ela prestou depoimento e foi liberada para responder em liberdade.

Nesta terça-feira (1º) Eremita informou que o menino nem almoçou e já fugiu novamente enquanto ela foi numa vizinha buscar um pano de prato, em questão de cinco minutos. Ela contou que teve que largar do emprego para tentar cuidar do filho, mas que não está adiantando. "Já fiz até Boletim de Ocorrência do desaparecimento dele. Daí parei de fazer BO e resolvi eu mesma agir", explicou ela, ressaltando que uma vez o menino desapareceu por quatro dias e foi encontrado pelo padrasto, que o considera como filho legítimo.

Casada há nove anos, Eremita confessa que o seu marido já tentou bater no filho para corrigi-lo, mas ambos perceberam que não adianta e, atualmente, tentam apenas o diálogo e colocar a criança de castigo. Ela se diz desesperada, pois já não sabe mais o que fazer.

Eremita tem mais duas filhas, uma de 6 anos de idade e outra de 4. Ela disse que não é justo ser considerada uma mãe que maltrata os filhos, pois vive em função deles. O próprio delegado João Reis Belo, da Depac Piratininga (Delegacia de Pronto-Atendimento Comunitário) que tinha feito sua apreensão, destacou que o seu ato é reprovável, mas ele enfatiza que seu "desespero" é visível.

Eremita explicou que passou a acorrentá-lo esporadicamente porque estava tentando evitar o pior, já que até ameaças de morte o menino recebeu. "Já defendi ele de traficante. Ninguém mexe com os meus filhos, que eu viro leão", contou a mãe, que garante que fez tudo por amor. Ela acha que ele não é viciado, mas desconfia que ele se envolve com o tráfico, porque uma vez ele tinha dito que já fez o serviço de "mula". Ela só percebeu o que realmente significava isso depois que ele apareceu em casa com dinheiro e das companhias estranhas que ele começou a ter.

"Ele é um menino muito inteligente. Se você vê, não parece que ele faz tudo isso, parece um amor de criança, um anjo. Eu é que fiquei como o bicho papão da história. Mas não importa, eu não tenho medo de ser presa. Tenho medo de perder meu filho", desabafa a mãe que está inconformada com o rumo desta história e aguardando um desfecho feliz.