Fãs aguardam ansiosos show da banda Calypso em Corumbá

Desde que o show da banda Calypso foi confirmado em Corumbá, fãs da banda que moram na cidade, aguardam ansiosos o dia da apresentação, na quarta-feira, 21de setembro, data em que o município completa 233 anos de fundação.

A reportagem do Diário conversou com dois fãs que demonstram um grande carinho pela banda liderada pelo casal Joelma e Chimbinha. Ele tem forma singular de tocar a guitarra e ela uma voz potente que tornaram o nome da banda em sinônimo de um ritmo com um som peculiar e um jeito único de dançar.

Fernando: sonho de subir ao palco

Ao marcar a entrevista com um desses fãs, a reportagem já pôde perceber o quanto a banda tem influência na vida dele. Ao invés dos tradicionais toques, quando se realiza uma chamada telefônica para Fernando Antônio da Silva, 23 anos, quem está o outro lado da linha ouve um dos sucessos da Calypso.

O jovem ficou bastante conhecido na cidade como "Fernando Amendoim", pois vendia o produto torrado e salgado no centro da cidade por vários anos, entretanto, hoje, muitos o conhecem por "Fernando Calypso", nome que adotou para demonstrar o grande carinho que tem pelos artistas preferidos.

Ele contou que, durante um dia de trabalho, em 2000, ele acabou passando pelo centro e, no cruzamento das ruas Frei Mariano e Delamare, num estabelecimento comercial, viu um programa de TV onde a banda estava sendo apresentada e, desde,então, passou a ouvir as músicas e adquirir tudo sobre o que está relacionado à banda que tem origem no estado do Pará.

Fernando contou que abriu mão de certas oportunidades que teve na vida para poder ir a um show da Calypso. Em 2006, ele deixou de viver em Florianópolis para onde, recentemente, tinha mudado ao saber da realização de um show da banda em Campo Grande.

"Minha mãe ligou no dia 16 de dezembro e disse que iria ter um show da banda Calypso em Campo Grande. Como era fanático desde aquela época e nunca tinha ido a um show, eu falei a ela que iria voltar para Mato Grosso do Sul, apesar dela ter pedido pra eu ficar lá, mas fui, dancei, me acabei e, hoje em dia, quando eu tenho disponibilidade vou atrás da banda", disse o jovem ao afirmar que não se arrepende da decisão tomada.

Em maio desse ano, Fernando não se contentou em apenas assistir ao show. Depois de encarar 19 horas viajando de ônibus até à cidade de Mundo Novo, entre problemas enfrentados na estrada, envolvendo a quebra do veículo, ele chegou bem no final da apresentação.

"Era um colégio onde teve o show. Eu fui pros fundos dele e lá tinha um muro alto, cerca de uns 3 metros, e umas árvores por perto. Subi na árvore não liguei pra nada, pulei e até meio que machuquei meu pé, mas fiquei na porta do camarim. Comecei a gritar pela Joelma e ela pediu para eu entrar. Esse momento foi inesquecível, ela me abraçou, é muito simpática, tirou foto comigo e perguntei como fazia para ser um dançarino da banda, que é o meu maior sonho", relembrou o jovem que afirma ter aprendido a dançar o ritmo apenas vendo os DVD`s de shows.

"A minha vontade maior é de dançar no palco dela. Se ela me chamar, eu vou. Vou fazer tudo pra isso. Ficarei na frente do palco desde às 9 horas da manhã até a entrada dela. Estou bem ansioso. Tudo na minha vida gira em torno do Calypso, já fiz mais de R$ 50 em compra de músicas para celular da banda. Tenho CD's, DVD's e fotos", conta Fernando que tenta definir o significado da banda na vida dele. "A banda Calypso pra mim representa alegria, alto-estima porque sempre quando estou triste ou amargurado com alguma coisa, ouço as músicas", afirma.

Franciele: sonho de resgate

Quem também mantém uma relação de paixão, ou como ela prefere dizer, de amor bem intenso pela banda Calypso é Franciele Luis Cavalcante, 30 anos. Corumbaense, a auxiliar em pet shop conta que conheceu o trabalho da banda em 2003 quando comprou um CD de uma coletânea de forró.

"Quando ouvi já gostei do ritmo, da voz, mas não fazia ideia de como eram visualmente. Quando apareceu aqui, já em 2005, antes de estourar o primeiro DVD na cidade, é que conheci num DVD que meu marido trouxe pra casa. Desde então, foi amor à primeira vista, não larguei mais", falou.

Ela conta que é uma das responsáveis por inserir os sucessos da banda nas rádios locais. "Não é agora, não. Há muito tempo eu já peço nas rádios, eu não sou fã de momento. Eu encho o saco do pessoal mesmo porque eu quero o Calypso", diz ao afirmar que sabe cantar todas as canções, que não são poucas, inclusive as mais recentes.

Ela que ainda não teve a oportunidade de assistir um show da banda Calypso mareja os olhos ao lembrar quando soube da confirmação do show em Corumbá. "Minha paixão é eterna pela Calypso. Eu chorei quando fiquei sabendo da realização do show, fiquei muito emocionada mesmo porque nunca tive oportunidade de ver ao vivo, apenas pelos DVD's".

Franciele, que já encomendou uma camiseta personalizada e prepara cartazes para o show, diz que também será uma das primeiras a chegar à praça Generoso Ponce, local da apresentação. Ela afirma que não liga para comentários que a chamam de "louca", pois justifica suas atitudes classificadas como exageradas por muitos como amor, aliás o que muitos não sabem é da grande importância que a banda tem em sua vida como ela relata.

"Em 2006, eu tive um problema muito sério na minha vida e eu sonhei com ela (Joelma). Ela tinha vindo numa pousada e o sonho foi tão real, verdadeiro. Ela conversou comigo e disse que, até pelo problema que eu estava enfrentando, ela estava ali por mim, para me confortar, me consolar. Até hoje, quando fecho os olhos lembro de cada detalhe desse sonho. Hoje, superei esse problema e gostaria de conhecê-la pessoalmente para agradecer pelo apoio porque foi a partir daí que consegui forças para superar", conta.

No dia da reportagem, ela já havia comprado 70 exemplares e encomendado outros 50 Diário Corumbaense. Parceria do jornal, rádio FM Cidade e a Prefeitura Municipal de Corumbá, viabilizou a promoção que, diante do preenchimento de um cupom trazido nas páginas da publicação, sorteará cinco fãs para ir até ao camarim da banda.

"Até o dia vou comprar mais. Meu marido me dá forças, as demais pessoas ficam surpresas, mas eu estou correndo atrás de um sonho meu, que é conhecer bem de pertinho. Essa é a oportunidade única que tenho e vou correr atrás. As pessoas falam que eu sou louca por gostar tanto assim, mas eu não ligo. Eu não sei qual vai ser minha reação, pois se eu não conseguir falar, pelo menos, já escrevi uma carta para explicar", falou.