Leonardo Cabral em 14 de Janeiro de 2022
Enfermeira de 44 anos, que trabalha na Estratégia de Saúde da Família Pedro Paulo II, localizada no bairro Universitário, procurou a Polícia Civil para denunciar outra mulher que a agrediu por não querer passar pelos procedimentos básicos da unidade de saúde, para atendimento, triagem e exame para diagnosticar a covid-19. O caso aconteceu no final do expediente, por volta das 16h30, da última quarta-feira, 12 de janeiro.
A profissional de saúde informou que quando a acusada chegou, portando encaminhamento de uma clínica para fazer o teste para covid-19, exigiu ser atendida de imediato. A vítima explicou que era necessário passar por uma triagem no próprio posto de saúde e depois seria feito o exame.
A mulher ficou alterada, dizendo: “não vou passar de novo, já tenho um pedido em mãos”. Logo em seguida, ela pediu o nome da enfermeira porque iria fazer uma denúncia, mas ela foi orientada a voltar no dia seguinte, que era necessário passar pela médica. Nesse momento, ela foi até ao balcão de atendimento e pegou o nome da atendente.
A servidora então, devido a confusão, fez uma ligação para seu encarregado que a orientou a procurar a delegacia e fazer a ocorrência dos fatos. Ao perguntar o nome da acusada, ela disse que não iria informar. A enfermeira tentou tirar uma foto, foi quando a acusada partiu para cima dela, tomou o celular e jogou o aparelho no balcão.
O caso foi registrado como lesão corporal dolosa (BO 178/2022), na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá.
Conselho de Enfermagem
Ao tomar conhecimento do caso, o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul, emitiu a seguinte nota:
"O Coren-MS considera inaceitável a violência da qual foi vítima uma enfermeira de 44 anos, na tarde desta quarta-feira (12/01), em uma unidade de saúde do município de Corumbá.
A profissional registrou boletim de ocorrência. Nele, relata ter sido agredida fisicamente por paciente que se recusou a passar por classificação de risco antes de testar para covid-19.
A classificação de risco é um protocolo dos sistemas de saúde. Já questões como a demora no atendimento e a insuficiência de profissionais, por exemplo, se devem a problemas estruturais. A Enfermagem não pode ser penalizada por seguir ritos e nem pelo que não está ao seu alcance resolver.
Reforçamos que os profissionais da categoria não devem ser alvos da insatisfação da população e, sim, respeitados como patrimônio humano que está à serviço da saúde de todos. Estão disponíveis para ajudar a melhorar os serviços nas unidades de saúde as Ouvidorias do SUS, das Secretarias de Saúde e a do próprio Coren-MS e demais Conselhos Profissionais.
Será instaurado processo administrativo para apurar os fatos tratados nesta nota. O procedimento poderá resultar em pedido de desagravo público do caso.
Os profissionais da saúde precisam estar seguros no exercício de suas funções. O Conselho pede às autoridades ações para proteger a Enfermagem da violência e se coloca à disposição para receber denúncias".
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