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Campo Grande: sequestrador morre em confronto com a Polícia; era fichado desde os 14 anos

Campo Grande News em 20 de Setembro de 2021

Mirian Machado/Campo Grande News

Movimentação de policiais militares e perícia na casa onde houve o confronto

Fichado desde os 14 anos, João Victor Rodrigues da Silva, de 20 anos, um dos suspeitos de participação no sequestro de uma mulher, de 50 anos, ocorrido fim de semana, no Bairro Itanhangá Park, em Campo Grande, morreu nesta segunda-feira (20).

Ele foi baleado em confronto com policiais do Batalhão de Choque e do Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), na rua Daniela Perez, no Residencial Betaville.

Conhecido como Neguinho, o rapaz colecionava passagens pela polícia por vários crimes como tentativa de homicídio, furto, receptação, lesão corporal, dano ao patrimônio, tentativa de furto, receptação, roubo e lesão corporal.

João Victor tinha apenas 14 anos quando foi apreendido pela primeira vez por dano ao patrimônio público. Ele era procurado pelo crime de sequestro seguido de extorsão desde ontem (19), quando o comparsa dele, Claudinei dos Santos de Oliveira, 29 anos, o "Carcaça", foi preso.

Em depoimento no fim de semana à polícia, a auxiliar de serviços gerais, de 38 anos, mãe de João Victor, contou que ele acabou se envolvendo com a criminalidade por causa das más companhias, no ano passado, esteve preso, mas atualmente estava trabalhando como ajudante de carga e descarga de caminhonete. 

Comparsa

Divulgação/Arquivo

"Carcaça" em foto divulgada em 2016, quando foi preso por assalto à farmácia

Claudinei Oliveira, o "Carcaça", tem passagens por série de assaltos a farmácias em Campo Grande, já cumpriu pena por roubo e havia acabado de sair da cadeia. Em depoimento à polícia, ele confessou o crime e deu detalhes.

Segundo ele, conheceu há pouco mais de 1 mês João Victor, os dois são dependentes químicos e faziam o uso de drogas juntos. No sábado, relatou, a caminho de festa na casa do avô de João Victor, tiveram a ideia de levantar dinheiro, praticando roubo. Os dois seguiam em um Fiat Uno, de cor azul, que pertence à ex-mulher de Claudinei. Segundo ele, a mulher não sabia que ele havia pegado o carro dela.

Os dois, então, passaram a percorrer as ruas da Capital "caçando" vítimas, quando avistaram duas mulheres (mãe e filha, de 22 anos) em um Audi Q3 e resolveram segui-las. Quando elas entraram na garagem de casa, no Bairro Itanhangá Park, eles anunciaram o assalto, renderam as vítimas e entraram na residência. Dentro da casa, o empresário de 61 anos, marido da mulher, também foi rendido.

Roubo e sequestro

Claudinei disse que enquanto roubava as coisas de valor, João Victor fazia a segurança do lado de fora. Foi quando o comparsa informou que o vigilante havia percebido a movimentação e os dois decidiram ir embora levando a vítima como refém, por acreditar que a polícia já havia sido acionada, segundo depoimento de Claudinei.

Ele saiu levando o Fiat Uno, enquanto João Victor foi com a refém dirigindo o Audi da família. Eles seguiram para o Bairro Pacaembu, na região da Guaicurus. Como não conseguiram levantar o dinheiro que queriam no local, tiveram a ideia de ligar para o marido da vítima exigindo R$ 50 mil para libertá-la.

Desesperado, o homem informou que tinha apenas R$ 18 mil e um relógio Rolex. Os dois aceitaram a oferta e marcaram encontro com o empresário. Na primeira tentativa, o plano deu errado porque havia muitos policiais na região. Durante toda a negociação, os bandidos ameaçavam o empresário, dizendo para não envolver polícia, caso contrário, matariam a mulher.

Resgate

O marido da vítima, então, foi orientado a levar o dinheiro no Bairro Campo Alto, na Rua Professor Odete Trindade Benites, próximo a uma conveniência. Lá, a quantia e o relógio foram entregues para um "noiado", segundo relatos de Claudinei, que recebeu R$ 50 para pegar o pacote com o dinheiro e entregar para a dupla. 

Na sequência, foi feita ligação informando que a refém seria solta no Bairro Tiradentes. Porém, a vítima foi encontrada pelos policiais do Choque, por volta das 03h30, na Rua Darwin Dolabani, no Bairro Itamaracá. O carro dela, o Audi, foi encontrado abandonado na Rua Santina Delfino Sanches, mesmo endereço da casa onde a vítima ficou refém.

Além da Polícia Militar, a ocorrência foi atendida por policiais do Garras (Delegacia Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) e GOI (Grupo de Operações e Investigações Especiais).